O Período Regencial (1831/1840) foi uma época instável para o Brasil. Tempo fértil para ideias revolucionarias, influenciadas pelo iluminismo europeu e a Maçonaria que estava se estabelecendo no país. O Maranhão que aderiu a independência com sangue, passava por agitações como a Setembrada (1831), e os conflitos entre Liberais (chamados de Bem-te-vi) x Conservadores (Cabanos) culminaria pouco tempo depois na revolta da Balaiada. Foi durante essa efervescência política que Caxias presenciaria um fato que selaria o seu futuro: o assassinato de seu líder político Teixeira Mendes.
Raimundo Teixeira Mendes deu origem a chamada tríade dos Teixeira Mendes: Ele o pai; seu filho Raimundo Teixeira Mendes (Engenheiro formado em Paris, lutou para implantar sistema de abastecimento de agua em São Luís onde foi terrivelmente derrotado por Ana Jansen); e seu neto Raimundo Teixeira Mendes (Filosofo Positivista, o idealizar da Bandeira Nacional com lema Ordem e Progresso).
Filho de um rico Fidalgo estabelecido no Piauí, Teixeira Mendes nasceu no ano de 1795. Já adulto tocando os negócios do pai e entrando na vida militar em Oeiras, Teixeira Mendes casa com a jovem viúva Rosa da Costa Alvarenga que tinha um filho do falecido marido. O garoto de oito anos de idade, que Raimundo assumiu como seu padrasto, era Francisco José Furtado, futuro Ministro, Deputado, Senador e Conselheiro do Império.
Em 1827 Teixeira Mendes muda-se com toda a família para a Vila de Caxias. No posto de Tenente Coronel e Delegado de Polícia não demorou para entrar na política. Adepto das ideias libertarias e republicanas militou no Partido Liberal que tinha como um dos chefes João Lisboa. Foi eleito vereador, Deputado Provincial e Vice Governador do Maranhão. Se tornou o chefe absoluto nessa região sendo respeitado até mesmo pela oposição, os Conservadores, que eram minoria.
Até que chegou o ano de 1837.
A oposição assumiu a presidência do Maranhão com o cabano Francisco Bibiano de Castro. Os Conservadores retiraram dos cargos de Juízes e Delegados seus opositores e passava a tomar o poder por completo, o que viria com a Lei dos Prefeitos no ano seguinte. Enquanto isso, Liberais passaram a inflamar o resto da população em uma insurreição nos moldes das demais províncias.
Notícias de uma revolução republicana em Caxias, recém elevada a categoria de cidade, chegara a São Luís onde o governo acabou enviando um destacamento para conter a revolta. Mas eram boatos e reconhecendo o erro, as forças foram mandadas de volta.
Essa atitude do Governador foi uma derrota para os Conservadores de Caxias que pretendiam destituir todas as forças dos Liberais na cidade. Mas a vingança não tardaria.
No dia 25 de novembro Raimundo Teixeira Mendes resolveu então comemorar com seus amigos essa parcial vitória. Ao voltar para sua casa, passando pela Igreja da Matriz é surpreendido por dois capangas onde luta corajosamente, mas não suporta o ferimento das facadas e ali mesmo falece.
Sua morte chocou o Maranhão e a escuridão encobriu Caxias. O crime logo recaiu em seus adversários políticos, principalmente o líder Cabano em Caxias Francisco Mendes de Almeida (pai dos juristas João e Candido Mendes). Apesar da comoção e os assassinos presos, os mandantes nunca foram julgados e o crime a Raimundo Teixeira Mendes ficou impune.
Um ano depois de seu assassinato estouraria a Balaiada e Caxias invadida pelos revoltosos, que teriam vindo a convite dos Bem-te-vi para vingar a morte de Teixeira Mendes. A passagem dos balaios por esta cidade foi um verdadeiro terror que marcou profundamente sua história.
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