A internet está repleta de sites, blogs e perfis nas redes sociais para propagar ideias, mas também é bastante comum o uso dessas mídias para denegrir a imagem de uma pessoa. Moda dos novos tempos? Nada disso! Desde a invenção do livro e da imprensa é corriqueiro esse tipo de intrigas públicas.
Na imprensa caxiense, que teve início a partir de 1833, vamos encontrar vários jornais e folhetins apenas com o objetivo de atingir algum grupo politico ou o seu líder. Mas as colunas dessas publicações, repletas de poesias, também servia para o leitor comum defender a sua honra ou atacar algum desafeto.
No jornal Gazeta Caxiense de 26 de janeiro de 1894, temos um curioso recado de um leitor que assinou como “O Chá de Ovos”. Ele parece ter desavença com três personagens da sociedade caxiense, no qual dá apelido a cada um no diminutivo, onde participariam de uma certa ‘panelinha’ (um conchavo).
A Panelinha
“Seu Zuzé Gombe
Seu Lioncin
Porque razão
Falam de mim?
Seu Jão Cuêio
Tão coitadinho
Como não olha
Pra seu fucinho?
Todos os três
Da panelinha,
Da vida alheia
Fazem galinha
Seu Zuzé Gombe
Era empregado:
Porque razão
Foi espulçado?
No Maranhão
Este sujeito usou do rapto
Não houve jeito
Seu Lioncin
Senhor curica
Sua caricata
Não é tão bonita”
O chá de ovos
Dos três personagens citados: Zué Gombe, Lioncin e Jão Cueio, apenas Lioncin descobrimos que é. Trata-se de Leôncio de Souza Machado Filho (jornalista, artista, comerciante e político). Era conhecido em Caxias como ‘Leoncinho’, por ser filho do coronel Leôncio de Souza Machado. Um velho líder político na Princesa do Sertão na virada do século XIX para o XX.
Caxias é cheia de histórias curiosas. Até as brigas vinham em forma de poesia.
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