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Um dia no tráfego da cidade


Rua Comendador Alderico Silva: Transito engarrafado e uma sequencia de motos ultrapassando irregularmente pela direita (imagem ilustrativa).

Levantar cedo, dar bom dia a esposa e filho, tomar café e seguir para o trabalho é uma tarefa diária de quase todo pai de família desde nossa criação. Quase todos porque, devido a nossa crise quase constante de um país em desenvolvimento, muitos não tem um trabalho para seguir o dia adiante. O que nos difere de tempos atrás é o caminho até o trabalho, cada vez mais cansativo e estressante. Se as pessoas estão morando cada vez mais distantes das áreas centrais, onde se concentram a maioria dos trabalhos, os transportes são fundamentais nessa mobilidade. No transporte público oferecido no país, quase sempre de péssima qualidade, o trabalhador passa horas em filas e não consegue fazer o trajeto com conforto sentado em uma cadeira, chegando já cansado no destino final. Se o transporte é individual tem-se algumas vantagens de controlar seu tempo e conforto, porém, os engarrafamentos estão cada vez maiores e constantes. Só se distraindo com sua música preferida no som do automóvel ou no fone do celular para tentar relaxar e esquecer o mundo lá fora.

Cidades pequenas e médias tem algumas vantagens, como distancias curtas o que torna rápido nosso trajeto. Mas se essas cidades não tem um sistema viário adequado (como a maioria das cidades maranhenses) uma curta distância pode ser tão penosa para o motorista quanto as cidades pequenas.

Um pequeno buraco na rua, uma lombada inútil e uma vala, o que é são absurdos, acabam sendo relevados pela grande quantidade deles espalhados pelas vias. Já ouviram aquela frase “temos coisas mais importantes para resolver do que se preocupar com buraco”? Certamente sim. E de alguém que já não se importa com ‘pequenos’ problemas e nem vai fazer nada com os ‘grandes’. Problema é problema, entendo eu. Some a isso a grande quantidade de motos sendo guiadas por pessoas sem habilitação (ou seja, que não conhecem leis), ônibus e caminhões velhos. Tudo isso nas estreitas ruas da área central do centro de Caxias.

Vou dar um exemplo do péssimo sistema viário de Caxias e como aqui pode ser tão estressante quanto uma capital.

Segunda-feira, dia 02 de dezembro deste ano, fiz esse ritual diário, saindo de casa rumo ao trabalho usando meu transporte individual. Saindo da rua Santa Maria, passando próximo do Ginásio dos Esportes, rumo no rumo do centro pela rua Cristino Cruz. Acontece que antes de chegar na rua me deparo com um caminhão velho indo no mesmo sentido. Iniciava ali o estresso do dia. Parecia um desfile durante a parada cívica do sete de setembro tamanha era a velocidade do caminhão, quase parando. A rua Cristino Cruz é uma rua de traçado antigo, do início do século XIX, portanto sem muitas chances de fazer uma ultrapassagem. Ainda mais quando um lado dela está com alguns carros estacionados. O jeito é continuar em frente torcendo para o caminhão entrar na próxima rua e você seguir adiante. Mas sabe a Lei de Murphy? Quando algo tem que dar errado, vai dar errado? Foi o que aconteceu. O caminhão seguiu justamente até o final da rua onde eu pretendia ir, assim, continuei ali atrás.

Nesse tempo todo ganhei um companheiro que vinha logo atrás, mas algumas ruas adiante esse carro entrou em alguma rua e fiquei só com o caminhão, passando pela Dr. Berredo até o semáforo da praça Gonçalves Dias. Ultrapassar ali? Sem chances. ‘Não é possível que ele já entrar justamente a esquerda’. Pois entrou, rumo a rua Comendador Alderico Silva (antiga 01

º de agosto), rua tão estreita quanto as demais. Enquanto isso, as motos desapareciam na mesma velocidade com que apareciam, cometendo diversas irregularidades para sair dali, como ultrapassar pela direita ou em uma curva.

E a procissão com o caminhão continuava. ‘Não é possível que ele vá entrar agora pela direta’, pensei. Pois entrou. Quando a Lei de Murphy cola em você, não tem muito o que fazer. O velho caminhão seguiu em direção à Praça da Matriz, agora cada vez mais lento, pois o trafego ali começa a pesar. Carros de um lado, motos vindo de todas as direções e pedestres querendo atravessar a via sem que seja por uma faixa. A confusão chegou no ápice, bem no miolo central da área urbana de Caxias. Quando cheguei em frente a igreja, pensei: ‘Quer saber? Aonde esse caminhão entrar vou na direção contraria, pois tenho diversos assuntos a resolver’. O caminhão entrou por uma rua e eu sai por outra seguindo meu dia.

Essa confusão toda ocorreu em uma distância de 1km mais ou menos. O que geralmente duraria cerca de três minutos, já tinha triplicado facilmente. Durante todo o trajeto a oportunidade de fazer uma ultrapassagem em um caminhão foi nula, tanto pela largura da rua, os carros estacionados e o motorista do caminhão que não fez nenhum esforço para levar o caminhão para o lado direito, permanecendo o tempo todo bem no meio da rua.

As ruas centrais de nossa cidade não estão preparadas para esse grande trafego que começa a aparecer. E para piorar, cada vez mais cresce o número de transportes individuais, tanto carro e moto. O estresse das grandes cidades é um sintoma que o caxiense está se familiarizando.


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