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Olhar Urbano – A Matriz


Praça Sen. Candido Mendes e rua Gustavo Colaço por volta da década de 1950/60.

Fonte: Acervo Digital IHGC.

Praça Sen. Candido Mendes e trav. Desemb. Morato. Barracas, alimentos perecíveis e animais a venda.

Fonte: Arquivo do autor, 2019.

O centro propriamente dito de Caxias é a ‘matriz. Dali pode-se ir a pé para qualquer ponto da área central sem muita dificuldade, como bancos, farmácias e outras áreas de serviços. Aliás, andar a pé parece ser a solução mais viável atualmente devido a falta de vagas para estacionar um automóvel. Se o espaço não está ocupado pelo comércio informal (barracas de camelô e vendedor ambulante) está com várias motos estacionadas. Mas a vida do pedestre também tem suas dificuldades. As calçadas que deveriam ser livres para a nossa circulação ou estão ocupadas por totens e produtos comercias das lojas, ou estão com outros obstáculos urbanos, como rampas irregulares, barras de ferro e... moto. Sim, as motos também estão estacionadas na calçada. E a praça, de deveria ter a função de espaço social de encontros, bate papo ou apenas para facilitar o passeio público na conturbada cidade, estão cada vez mais semelhantes a um mercado público.

Eu sempre gostei de circular a pé por Caxias, seja por mero saudosismo ou pela facilidade de mobilidade. Andar pelo centro é retornar as memórias de garoto e adolescente, uma época marcante para cada um. Fazer aquele trajeto próximos rua Aarão Reis e praça Gonçalves Dias é como seu olhasse aquela movimentação noturna de pessoas aguardando dar a hora certa de entrar na festa do Casino Caxiense. Andar pelo “Calçadão”, relembrando toda a turma da meninada correndo para ir comer a ‘pizza frita’ do Fios de Mel. Qualquer pessoa que estudou, conviveu e trabalhou no centro, enxerga nesses lugares um ambiente familiar e um espaço especial da cidade.

Mas hoje não sinto mais esse prazer de antigamente justamente devido aos problemas descritos acima. Caxias está bem diferente do que era até uns 15 anos atrás. Os problemas urbanos simplesmente aceleraram de uma forma que tornou o centro uma área excludente ao pedestre. Talvez as pessoas nem se dê conta disso, pois andar a pé pela cidade se tornou um hábito cada vez mais raro. Junto com as irregularidades, que se transformam em obstáculos nos empurrando para o meio da rua, existe motoristas (de carro e moto) que acham normal estacionar em qualquer lugar ou andar em alta velocidade por aquelas estreitas ruas. E a paisagem da cidade também está mudando. Os belos edifícios com seus desenhos arquitetônicos estão sendo destruídos, criando uma nova paisagem de gosto duvidoso e inquietante. O que resta está coberto com imensos cartazes comerciais, sem nenhuma norma ou padrão. Essa não é a bela cidade que conheci.

Próxima vez que você for ao centro, pare em frente a igreja, contemple a sua volta. Procure a beleza da arquitetura e da paisagem, veja como as pessoas circulam de um lado ao outro. Veja como os automóveis e motos se comportam naquele trajeto, o ônibus parando para pegar passageiros e indo embora.  Veja de fato o que é o centro de Caxias e reflita como podemos melhorar a nossa cidade a partir das praças.


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