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EUA, Irã e o resto


O mundo já iniciou esse ano alarmado com o ataque dos EUA a um alto General do Irã no dia 03 de janeiro. Herói para uns, terrorista para outros, dependendo do ponto de vista. E aqui no Brasil não foi diferente. Mas pelas redes sociais o brasileiro preferiu levar no humor uma possível 3º guerra mundial, tanto que até virou noticia lá mesmo no Irã quando o repórter Pooya Jahandar traduziu vários dessas montagens humorísticas durante a transmissão na TV daquele país: “Meus queridos Amigos do Brasil, não se preocupem porque o Irão só tem problemas com os Estados Unidos ,obrigado pelos vossos comentários e humor, vou ao Brasil para o Carnaval”, disse ele pelo Twitter. Ufa! Menos mal.

Mas deixando o humor de lado (necessário para aliviar o nervosismo) o ataque fora mais um ato político do que militarmente estratégico, afinal Trump busca reeleição e ainda sofre desgaste com um processo de impeachment, enquanto sua politica internacional era de não interferir em outros países (desde que não fosse para influenciar na economia) e mandar as tropas de volta para os EUA. É o famoso apagar fogo com gasolina, pois ações como essa só dificultam possibilidades de um acordo de paz e tolerância entre mundos tão diferentes. As chances de retaliação pelo mundo, com perdas de vidas humanas é quase certa e as consequências possivelmente as piores.

Uma possível 3º guerra mundial hoje é praticamente nula, podendo essa possibilidade até virar piada, como de fato virou. Mas quem tem 40 anos de idade ou mais sabe bem o que é viver em um mundo a beira de uma terceira guerra.

Por volta da década de 1980 o mundo vivia um clima tenso de Guerra Fria entre os EUA (Capitalista) e a União Soviética (URSS), potencias com bombas nucleares suficientes para dizimar completamente a vida na terra. Bastava um único míssil para desencadear um ataque nuclear do lado contrário. Por isso, qualquer conflito no mundo com países alinhados a essas duas potencias o mundo ficava em alerta.

Até mesmo aqui na nossa distante Caxias. Fim da ditadura, Era Sarney, inflação alta e rock nacional do bom. Minha mãe tinha a assinatura da revista Manchete, uma famosa publicação semanal brasileira que tinha um forte fotojornalismo, o que me fascinava ver aquelas imagens coloridas pelo mundo e sempre mostrava os conflitos pelo mundo. Imagens chocantes de destruição e corpos aliás. Imagens de bombas e cidades destruídas por guerras que aconteciam naquele momento. Na TV idem, com cenas quase diárias de misseis cruzando os céus, quando torcíamos para que um não fosse nuclear. É como se esperássemos pela guerra iminente que poderia acontecer a qualquer momento.

Um filme particularmente me chocou bastante naqueles tempos. O Dia Seguinte (The Day Afther, 1983, direção Nicholas Meyer) em que mostra o que aconteceria se os EUA sofresse um ataque nuclear. Um dos atores principais era o Steven Robert, o Carey Mahoney do filme ‘Loucademia de Polícia’ e tantos outros filmes de comédia dos anos 80. De tanto gargalhar de rir com o personagem Mahoney, olhei um Steven Robert em meio a um caos na América disputando comida e água, fugindo de radiação entre corpos de crianças e idosos. Aquele filme me marcou muito, me botando mais medo do que um filme de terror, como Sexta-Feira 13 ou Freddie Krueger. Ali era um terror real e facilmente poderia acontecer conosco aqui.

Felizmente a Guerra Fria acabou de uma forma pacifica com o desmantelo da União Soviética, embora todo seu arsenal ainda esteja sob o controle da Rússia. Mas o medo de um conflito mundial hoje é bem diferente de quarenta anos atrás. Tanto que podemos fazer graça disso.


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