A travessa Desembargador Morato, localizada bem no centro de Caxias, é cheia de histórias de nossa cidade. Talvez, quem ali trafega por aquela via nem se dê conta disso. Essa correria diária nos tira essa parte da cidade de observar seus cantos com mais detalhes e curiosidades. Aquela travessa no século XIX era conhecida como Beco da Cadeia, devido ao prédio da Câmara e Cadeia que ficava no largo em que hoje é a Praça Dias Carneiro, mas que todos só conhecem como Praça do Panteon. Já após a metade do século XX, aquela pequena via de ligação entre uma praça e outra ficou conhecida como Beco do Correios, pois ali se instalou em imponente prédio para a época na sede da Agencia de Correios e Telégrafos.
O serviço postal em Caxias iniciou em 1820 quando ainda éramos uma promissora Vila no meio do sertão. Não se sabe em qual lugar era essa agência de comunicações. Em 1905 o prédio estava em funcionamento na Rua das Flores (atual Gustavo Colaço), depois foi para o sobrado na praça Gonçalves Dias, rua 01º de agosto (atual Comendador Alderico Silva) e largo de São Benedito (praça Vespasiano Ramos). Quando mudou para esta última localização, a população se revoltou pois o Correios ficaria distante do centro, sendo necessário se dirigir até as proximidades da igreja de São Benedito para enviar e receber documentos. Vale lembrar que cerca de cem anos atrás, os limites da área urbana da cidade terminavam justamente atrás da igreja, no largo de São Sebastião. Com a junção do Correios e Telégrafos na Era Vargas no ano de 1931 (antes a Agencia de Telégrafos era independente, funcionando na rua Dias Carneiro – atual Afonso Cunha), A agencia do Correios e Telégrafos de Caxias passou a funcionar em um imóvel alugado pertencente a Eugenio Barros, na Praça da Matriz.
Passaram-se quase vinte anos até que uma sede própria era necessária. O engenheiro caxiense, recém-formado, Alexandre Costa, elaborou e construiu o prédio em estilo eclético (misturando o modernismo com art déco), onde foi inaugurado no mesmo dia do hospital Miron Pedreiras, dia 22 de janeiro de 1956, na presença do prefeito Aniceto Cruz, Governador Eugenio Barros e Senador Assis Chateaubriand. Após reformas internas que mudaram drasticamente o seu interior, o imóvel segue em plena atividade em meio aos camelos e o pesado trafego de automóveis, principalmente no horário de saída dos alunos do Colégio São José.
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