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As duas mortes de um homem


Um jovem admirador ao lado de Firmino Freitas

e Rodrigo Baima na ACL, 2004.

Poucos são os homens que morrem duas vezes. Somente aqueles que tiveram a honraria, o privilégio e a felicidade de transcender para a Verdadeira Luz, podem ter o regozijo de afirmar que morreu e nascera novamente.

Quando o homem começa a morrer? A pergunta parece não ter resposta, mas ela é óbvia. Basta nascer para que comece a morrer. A morte se inicia com a vida. O corpo material, físico, morre assim que a chama da vida se desvanece, parando todos os órgãos necessários para processar o funcionamento do corpo. Essa é a morte do homem, mas para alguns, existe uma outra.

Mas essa segunda morte não é natural. Ela vem do desejo daquele de renascer novamente para uma nova vida, deixando para trás velhos vícios que corrompem a sociedade. A iniciação na Ordem Maçônica é esta morte simbólica, cheia de filosofia e mistérios a serem desvendados.

Esta outra morte não traz consigo a tristeza da perda. Muito pelo contrário. Vem consigo o renascimento de um novo homem, repleta de luz, sabedorias e sacrifícios. Aceitar essa nova vida requer também uma nova consciência de um homem livre de pensamentos, livre das amarras dos dogmas e aberto em busca da verdade. O homem que morre duas vezes tem que saber defender a "liberdade" de pensamento, "igualdade" entre os homens a "fraternidade" entre os povos.

Firmino Antônio Freitas Soares morreu para esta vida quando ingressou na Maçonaria pela Grande Loja do Piauí, na Loja Higino Cunha nº 01. Exercendo a profissão em Timon, foi um dos fundadores da Loja Maçônica Higino Cunha nº 23, filiada a Grande Loja do Maranhão – GLEMA. Pela sua grande competência como Mestre Maçom, chegou ao cargo de Venerável Mestre em 1981, cargo responsável por presidir uma Loja Maçônica.

O nascimento de um novo Irmão para a Ordem Maçônica é sempre um motivo de orgulho para qualquer grupo de Maçons. A vizinha cidade de Timon, e os Maçons daquele Oriente gozaram de boa companhia de Firmino Freitas, onde praticou a caridade e a harmonia entre os homens daquela terra natal do grande mestre Higino Cícero da Cunha.

Infelizmente não cheguei a conhecer este Irmão dentro de um Templo Maçônico, porém, tive a oportunidade e privilegio de o conhecer em outra morada, a Academia Caxiense de Letras.

Em meus tempos de estudante universitário de passagem por Caxias, adorava ir aos eventos da ACL, repleto de pompas, rituais e muita cultura. Eu tinha (e ainda tenho) grade admiração por aquela Casa e aqueles homens de letras que dirigiam aqueles trabalhos. Meio acanhado, acompanhava toda a cerimonia de longe, discretamente, sem muita intimidade com os presentes. Em 2004 fui em um desses eventos. Era o lançamento do livro “Oitavas do Eu Menino”, de Firmino Freitas. Enfim tive a coragem de conversar com um imortal e pedir um autógrafo. Mais que isso, batemos um papo e ainda registramos uma foto daquele momento. Para mim, um jovem amante da cidade, fora um momento de grande honraria. Não imaginava que um dia eu estaria ali naquela casa como um de seus membros efetivos.

Firmino Freitas cumpriu sua missão nesta terra, deixando o seu legado como grande homem, escritor, poeta, pai, avô, Maçom.

Nascera como uma criatura da natureza divina até escolher a morte simbólica. Renascera para uma nova vida como homem livre e de bons costumes, até seu corpo encerrar o ciclo na terra. Agora seu espirito se encontra em uma nova jornada. Se ele morreu duas vezes, agora ele renasceu pela segunda vez.


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