Andar na rua é uma atividade que deveria ser cada vez mais incentivada na cidade. Foi-se o tempo em que o controle remoto era sinônimo de preguiça. Nos antigos aparelhos até meados dos anos 90, você tinha que ir até a TV e apertar alguns botões para buscar o canal de seu interesse. Mas com os controles tudo ficou mais prático. E então a imagem da pessoa sentada na poltrona de sua sala, se entretendo com a programação da TV o dia todo sem a necessidade de se levantar, se transformou na imagem perfeita da moleza.
Hoje está bem diferente daquele tempo. Da sua poltrona você tem acesso ao mundo pelo celular. Noticias, fofocas, trabalho e bate papo podem ser feitos ali mesmo. Banco? Só para sacar dinheiro ou outra coisa que raramente preciso na boca do caixa. Precisa sair de casa? Entre no carro, estacione no ponto desejado e pouco tempo está no shopping center fazendo tudo ali mesmo. Entrou no carro novamente e pronto, já está em casa. Brincadeira na rua? Na rua do condomínio fechado.
Isso não é o cotidiano de uma pessoa residente em uma metrópole ou cidade grande qualquer do Brasil. Já é o cotidiano aqui mesmo em nossa Caxias. É a tal da globalização que nos aproximou do mundo, nos dando oportunidades tecnológicas, mas também nos trazendo as mazelas urbanas, da violência a falta de humanização.
Particularmente gosto de andar a pé. Sempre que estou em viagem, prefiro ficar em hotéis na área central das cidades e por ali mesmo passear e sentir o cotidiano daquele povo, que é único em cada cidade. Quando criança residindo na praça Catedral, sempre ia e voltava a pé ao colégio São José, além do reforço escolar a tarde. E foi nessas caminhadas, assistindo todo aquela confusão urbana de comerciantes, ambulantes, pedintes e doidos, que fui moldado a identidade com a cidade.
Sempre que preciso fazer algo no centro, prefiro deixar o carro bem longe e sair a pé. Primeiro que nesses tempos de celular sempre a mão, uma caminha mesmo que breve, faz bem a saúde. Outra, que dá boas recordações ao virar cada beco, lembrando amigos e casos de tempos atrás.
Mas a cidade está bem diferente daqueles tempos da década de 90 e inicio desse século. O crescimento desordenado não está vindo apenas como forma de ocupações irregulares nas áreas periferias das cidades pelas invasões e favelização. Ele se dá também em nosso centro com as construções tomando o espaço público, criando barreiras para o pedestre, nos empurrando cada vez mais para o meio da rua, quando o numero de pessoas circulando na cidade está aumentando.
Se não bastasse as construções irregulares nas calçadas, criando dificuldades em nosso passeio, outro problema bastante comum são as motos. E não me refiro as ultrapassagens pela direita, trânsito na contramão e ultrapassagem nas curvas e sinal fechado que são bastante comuns. São as motos estacionadas no meio da calçada mesmo.
A cidade tem estacionamento exclusivo para motos e carros. Mas mesmo assim o motoqueiro prefere deixar seu veículo o mais próximo de onde ele vai resolver algo. Não importa se a moto vai atrapalhar outro veiculo ou pedestre. O importante é colocar a sua moto de forma prática, para ele.
As imagens abaixo registrei ontem (05 de junho) em uma simples caminhada na mesma rua. De uma ponta a outra. Só ali, em menos de 200 metros três motos atrapalhando o trafego de pedestres na área mais central de Caxias.
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