Já tenho o meu bilhete de ida (e infelizmente) e volta para o Brasil. Pra lá eu vou em outubro, nas minha próximas férias, ou melhor, o que resta dela, duas semanas… 5 dias dessas férias eu usei na semana passada na região de Aix-en-Provence e Marseille, na França. De lá voltei um pouco triste, já que eu tinha que voltar ao trabalho, coisa que fiz ontem, numa segunda-feira sem sol e uma temperatura de 14° graus, isto em pleno verão! Em Marseille e região estava fazendo 34° graus e com um sol que me lembrava a cidade de Caxias num sábado à tarde.
Vou ao encontro desse sol em três meses pensando no que disse uma amiga quando eu postei algo no Facebook enquanto estava em Avignon, próximo a Aix-en-Provence. Ela disse: „Você é um privilegiado por viajar muito“. Lembrei de imediato um poema que já postei aqui numa coluna anterior:
eu nunca quis ter uma casa financiada pela caixa econômica
eu nunca quis ter um carro para pagar a perder de vista
eu não quis um diploma
nem tão pouco eu quis um filho
mas eu sempre quis ter aonde ir
eu sempre quis ter um bilhete de ida
Eu viajo e tenho como objetivo na minha vida "viajar". A minha amiga tem um belo carro do ano, "eu nunca quis ter um carro para pagar a perder de vista"! Nem quis um diploma, coisa que a cada vez que eu ia a Floriano vindo desde Caxias pra visitar a família eu era cobrado por uma tia professora. Ela e alguns membros da família estão com seus diplomas de mestrado, doutorado e sei lá mais o quê e eu continuo viajando… sem diploma! Já meu irmão, tenho uma irmã também, ele casou lá pelo seus 25 anos e tem 2 filhos, assim como minha irmã. Eu não tive filhos e acredito que Deus sabe o que faz! Ele não quis que eu disputasse com "meus filhos" entre pegar a estrada ou enviá-los à escola. Ele, o Supremo, me conhece muito bem e sabe que eu escolheria sair com a mochila nas costas, deixando casa, coisa que eu também nunca quis ter, família e entes queridos!
E eu voltei à França (eu estive ali no final de maio, mas exatamente em Paris!) para ver entes queridos que estavam de passagem pela terra de Paul Cezanne. Com eles passei pouco tempo, mas o suficiente para matar saudades sob o sol que nos lembrou um pouco a cidade de Teresina, onde eles moram, e Caxias, onde eu quero que seja o meu destino final, o meu lar quando eu me aposentar (ou quando passar desta vida para pior!). Pra lá irei comprar meu último bilhete de ida!
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