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Fábio Kerouac

Um poeta caxiense em Hamburgo

Gisele Bündchen vem aí!


Recebi a notícia via página Brasileiros em Hamburgo do Facebook e vibrei. Eu estava a caminho do trabalho no U2 (assim é denominada a linha 2 do metrô da cidade de Hamburgo) e fiquei excitado (no bom sentido, e de acordo com os bons costumes vigentes) com a informação. De imediato mandei um zap zap para a minha esposa:
 
“Junchan, passa na Livraria Thalia e compra um Eintritkarte* pra isso, por favor!”:
 
 
Três horas depois ela me escreveu dizendo que talvez eu tenha sido a primeira pessoa a obter a entrada para ver a topmodel brasileira, pois ninguém ali sabia que Gisele iria estar lançando o seu livro e dando autógrafos. Só depois de conversar com três pessoas é que ela soube que a entrada para o evento não estava sendo vendido nos caixas e sim num setor de reservas de livros, no fundo da loja.
 
“Me envia uma foto do ticket!”, escrevi e ela enviou:
 
 
No Eintritkarte, abaixo da data do primeiro evento com a modelo em terras hamburguesas, vi algo que frustrou o meu sonho de colar o meu rosto na face de Gisele Bündchen e tirar uma casquinha:
 
Hinweis: Wir bieten um Eurer Verständnis, dass ein Selfie mit Gisele Bündchen leider nicht möglich ist (Advertência: Nós pedimos a vocês compreensão, pois um selfie com Gisele Bündchen infelizmente não é possível). Que estraga prazeres, hein?! Sem problema, the dreams is not over! Ainda vou poder estar pertinho dela quando ela for autografar o seu livro e vou poder sentir o seu perfume, ou vice-versa. Sim, isso mesmo! E vice e versa, já ela vai poder sentir o meu perfume. O meu perfume Arbo da Boticário que comprei em Caxias na minha última viagem ao Brasil. O perfume Arbo, que eu vinha usando dia sim, dia não, e vinha alternando com outro perfume da Boticário, o Insensatez, já parei de usar para economizá-lo, já que me resta apenas o equivalente a um dedo do seu conteúdo. É com ele que vou me banhar para estar diante da beleza da topmodel brasileira.
 
Mas será que ela é tão bela assim? Vou compará-la finalmente com as mulheres alemães, já que eu costumo dizer, para quem me pergunta sobre a beleza da mulher alemã, que uma Gisele Bündchen você encontra todos os dias pelas ruas de Hamburgo ou vez por outra uma beldade até mais bonita que ela senta ao seu lado no trem do metrô ou no ônibus. Ou é você que senta ao lado dela?! Isso me faz lembrar o que me disse a minha amiga, a quem eu chamo de mana, Valquíria Ferraz, quando veio me visitar no inverno de 2011. Espantada com a beleza das mulheres alemães ela chegou a dizer:
 
"Vou enviar meus irmãos pra Alemanha pra casar com uma mulher dessas!“
 
Mas Val não foi só a única pessoa a ficar de queixos caídos ao ver in loco as mulheres germânicas, elas também intrigaram a advogada Ezikelly Barros, quando esta também veio me visitar, em janeiro de 2010, numa pausa que ela fez de um curso de inglês que ela estava fazendo no Reino Unido. Pra mim, a advogada, chegou a dizer que as mulheres alemães eram mais bonitas do que as mulheres inglesas. Meu tio, poeta e professor de Literatura da Universidade do Estado do Piauí (UESPI), que também deu um pulinho até Hamburgo quando esteve num seminário em Londres no ano de 2013, concordou com as minhas visitas anteriores. O jornalista Douglas Ferreira, que aqui esteve de passagem no verão de 2010, ficou louco pelas "alemoas" de pele branca e sem cor desfilando pelas ruas de Hamburgo. "Elas não têm traseiro, mas têm comissão de frente!", teria dito eu para o meu primo, o médico e expert em AVC Irapuá Ricarte, filho do poeta Elio Ferreira, quando ele veio me visitar em 2014. Para o meu primo eu cheguei a dizer pra ele que na época em que eu estudava na Universidade de Hamburgo, ali eu fiz 1 semestre de Espanhol/Catalão, eu costumava pegar o elevador na companhia de 7, 8, às vezes 12 mulheres no edifício onde funciona os departamentos de línguas. Ali no meio delas, encolhido, eu dizia pra mim mesmo que a mais feia delas eu chamaria de "meu amor“!
 
É na média dessas garotas que se encontra a beleza de Gisele Bündchen, que não representa a beleza negra do Brasil, que não representa a beleza do Maranhão, muito menos a beleza do Nordeste, e não representa a beleza do Norte e Centro-Oeste. Ela representa a beleza da mulher do Sul do Brasil, pra onde se dirigiram os imigrantes alemães nos séculos XIX e XX. O sobrenome que Gisele leva reflete a sua origem germânica, já que Bündchen é um nome alemão e quer dizer "Punho".
 
E foi pra essa "alemoa" do Brasil que eu fiz este poema:
 
gisele, la belle...
 
é beauty, é beautiful
quando ela passa...
quando ela passa,
na passarela,
eu peço bis
eu peço bündchen
 
como é bom ver ela passar!
aos saltos e suspiros,
juntos, ali,
no palco de mais uma coleção,
de mais uma exibição de beleza
 
como é bom, ver, vibrar e suspirar
quando ela passa
aqui, ali, acolá, além mar
em qualquer passarela...
 
quantos ais e quantos uis
quantos bis e quantos assobios
para ela que passa com seu passo,
de rainha,
de beleza, na passarela.
 
é bis, é beauty, é beautiful, é bündchen.
é gisele, la belle.
 
Fábio Kerouac
do livro Ein Brasilianischer Dichter in Hamburg/Um Poeta Brasileiro em Hamburgo (2010)
 
 
*Eintritkarte (bilhete de entrada)


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