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Fábio Kerouac

Um poeta caxiense em Hamburgo

Sentado no Balzac Café


Eu li Balzac pela primeira vez quando eu tinha 14 anos, no começo dos anos 80 quando eu já morava em Sampa, pra onde eu fui levado pelo meu pai para viver com ele, meu meio-irmão (in memorian) e minha madrasta. Assim que cheguei ali meu progenitor me deu uma coleção da Editora Abril com vários autores clássicos, entre eles Edgar Alan Poe, Dostoievski, Shakespeare e Honoré de Balzac. Na coleção da Abril o escritor francês era representado pela magnífica obra "Cenas da Vida Parisiense". Ao ler esse livro eu quis ser escritor… foi o primeiro mal sinal! Mas não me importei, pois era apenas um sonho de menino barrigudo!
 
Túmulo de Honoré de Balzac no Père Lachaise
 
Diante do túmulo de Balzac no Père Lachaise
 
O tempo passou e caiu nas minhas mãos, eu já tinha 22 anos, o livro "Paris é uma Festa" de Ernest Hemingway. A minha paixão por Paris, que eu não conhecia, despertou ao ler a obra do escritor americano e desde aquele momento eu me impus um objetivo: conhecer Paris antes dos 40 anos, visitar o túmulo de Balzac e Jim Morrison (este já é de outra história!), no Père Lachaise e tomar uma cerveja na Champs-Élyssées. O objetivo foi alcançado em 2004 em quase toda a sua totalidade. Eu digo "quase" porque eu não tomei a cerveja na avenida mais famosa da capital francesa e sim no Quartier Latin. 
 
Em Paris (2019)
 
Voltei a Paris outras vezes, mas só no ano passado é que voltei a visitar o túmulo de Balzac (o de Morrison eu visitei pela 3ª vez) e fiz uma reverência ao autor de Pai Goriot, "A Mulher de 30 Anos", Elgénie Grandet (que eu também li), entre outras pérolas. Ali prometi a ele que mesmo não tendo o talento necessário para escrever meu nome na literatura mundial, como ele o fez, eu continuaria perseguindo o meu sonho de menino do buchão despertado por ele nos longínquos anos 80.
 
Lembrei dessa promessa sem pé nem cabeça degustando um latte machiatto a 3,95 euros no Balzac Café nessa segunda-feira pela manhã antes de ir ao trabalho. O Balzac Coffee é um Café genuíno alemão, ou melhor ainda, hamburguês, já que ele foi aberto em Hamburgo em 1998. O Café leva o nome do famoso escritor francês porque ele era um viciado no "ouro negro". Disso eu soube ontem, eu não sabia ainda quando estive diante do busto do escritor no Père Lachaise, se eu soubesse teria convidado-o para tomar um cafezinho!
 
 
 
No Balzac Café


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