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Fábio Kerouac

Um poeta caxiense em Hamburgo

Vou pra Estação Central e não vou a lugar nenhum


Tem dias que eu pico a mula e vou pra baixa da égua! Mas nos dias normais eu vou somente até a Hauptbahnhof (a Estação Central), que fica a 25 minutos, mais ou menos, de caminhada desde a minha habitação. Costumo ir até ali quando estou de folga ou quando vou trabalhar a partir das 14h, como hoje, na casa de idosos Haus Sieberling. Este ir e vir até a Estação Central me faz sentir bem, é como se eu tivesse tomado um segundo banho. Antes de sair tomo um banho que lava o corpo, quando caminho tomo um banho que lava a alma.
 
Hauptbahnhof (Estação Central)
 
Mas ir até a Hauptbahnhof tem as suas consequências, já que ir até ali me dá vontade de partir, pegar o primeiro trem estacionado ali. Como hoje! Mas não é tão fácil assim, já que não tenho tempo, não tenho grana e não posso sair de Hamburgo sem mais nem menos, de repente, deixando cachorro, gato e galinha… Não, não posso, já que tenho um compromisso com a normalidade: ir ao trabalho, ir cuidar de velhinhos alemães!
 
 
 
 
 
 
Hoje, estando ali na Estação Central com vontade de partir pra algum lugar, fiquei observando as pessoas circulando com suas mochilas nas costas e puxando suas malas, alguns de mala e cuia. Confesso que tive inveja delas e me senti triste por não poder ter a liberdade financeira de ir e vir! ou a coragem de largar tudo e partir como já fiz algumas vezes no passado que tem ficado cada vez mais distante… a coragem principalmente!
 
Mas não saí da Hauptbahnhof de mãos abanando, não! Circulando por ali resolvi entrar numa loja de vendas de revistas, jornais, livros e afins e de lá saí com um cartão-postal, algo que eu não fazia já há alguns anos, talvez uns três ou quatro anos. Comprei um cartão-postal mostrando o porto e a Hafencity de Hamburg mais o Lago Alster e de imediato veio na memória pra quem eu deveria enviá-lo: Cantarelli, o velho Canta! Uma das figuras que sempre tenho o prazer de encontrar quando tenho a chance de partir rumo ao Brasil, rumo à Terra de Gonçalves Dias! Pra ele, o Canta, revelei no cartão-postal quando devo partir...
 
 
 


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