Nos dias de folgas costumo ir a um Café tomar um latte machiato ou um chá. Raras vezes tomo um cappuccino, e mais raro ainda tomo um café simples, pois esse gosto de fazer em casa, gosto de tomar em casa. Às vezes compro em algum quiosque pra ir tomando pelas ruas de Hamburgo ou numa viagem de metrô rumo ao trabalho. Mas no sábado passado fui a um Café para tomar um matcha latte e nenhum dos citados acima. Onde eu fui tomar chá japonês eu tinha estado duas semanas antes, cheguei a pensar que nem iria voltar tão cedo ali, já que o preço do matcha tee é salgado, ele custa 5,90 euros. Assim mesmo eu tomei e ainda convenci um amigo que estava comigo a tomar. Ele gostou e ainda pagou o meu chá! Nossas esposas estavam conosco, mas elas tomaram algo mais barato.
Quando eu postei numa rede social uma das fotos em que apareço diante do tal chá, alguém lá das bandas do Rio de Janeiro (por coincidência o casal que estava comigo é da Cidade Maravilhosa!) comentou a foto dizendo: "Ô vidão!" De pronto eu respondi:
"Numa folga do trabalho, minha amiga... este é um fim-de-semana que estou de folga, no próximo vou estar limpando bunda (literalmente) de velhinhos alemães!"
Com este "Ô vidão" eu fiquei intrigado e me perguntei: "que dizer daquelas pessoas tomando champanhe num iate? Isto é vidão? O que dizer então de uma galera reunida na praia do Leblon, ou Copacabana, sob um sol de 30° graus tomando aquela loira gelada, enquanto eu estou longe de casa, do outro lado do Atlântico, enfrentando temperaturas próxima de zero (0° grau), enquanto meus amigos devem estar se reunindo nos fins-de-semana para fazerem um churrasco na casa de algum deles ou indo para um bar onde o rock´in`roll toca ao vivo a noite inteira?" Isto sim, pra mim, é que é vidão!
Amanhecer em Belém do Pará
Hoje uma amiga postou uma foto do amanhecer em Belém do Pará. Estava chovendo, mas mesmo assim ela estava feliz por ver aquilo, pois ela esteve fora do Brasil. Ela esteve na Bélgica fazendo um pós-doutorado até a semana passada (anteontem ela estava em Portugal) e sentiu na pele o frio europeu. “Ali não é vida, não, meu amigo!“, me disse ela e eu comentei:
"Eu daria meu reino pra sentir o dia amanhecer no calor do Brasil!"
"Realmente o lugar mais lindo e maravilhoso é o da gente", respondeu ela.
Entardecer num dia frio em Hamburgo
Ao pensar onde é o meu lugar no mundo penso logo na música "Teu Lugar", de Nosly Marinho, que diz: "Aqui é teu lugar!" Costumo dizer isso, mas sei que essa afirmação não está certa, estando eu por aqui tomando chá em algum Café, ela deve ser dita quando eu estiver de volta para o meu aconchego, o meu Brasil. Ali sim vou cantar a plenos pulmões versos dessa música quando eu sentir a vida pulsar novamente, quando eu tiver uma vida mais regrada a alegria e amigos, quando eu estiver participando de festas e churrascos com estes amigos em dias sem fim. Isto pra mim é vidão!
Eu amanheci ouvindo notícias tristes vindo da Espanha. Elas passavam na RTVE (Rádio e Televisão Espanhola) e anunciavam a luta daquele país contra o coronavírus, uma luta em que alguns países, como a Espanha, Itália e Estados Unidos, estão perdendo neste exato momento. Por enquanto o boxeador (coronavírus) está ganhando por pontos! Não sei o porquê, mas lembrei da música Comfortably Numb, do Pink... Continuar lendo
Duas mulheres vão de mãos dadas
elas se amam
elas se dão
as mãos
e nada as deixam incomodadas...
Elas se amam... as duas mulheres de mãos dadas pela
rua...
nenhuma delas estava nua
e só andam de mãos dadas...
As mulheres de mãos dadas se amam
e de mãos dadas, as duas mulheres,
às vezes se beijam
Estão sempre por aí, sem medo do amor...
sem medo de ti, sem... Continuar lendo
São Paulo, março de 1989
Odete foi a única pessoa que nos acompanhou naquele triste e nublado domingo até à Estação da Luz. Com lágrimas nos olhos, ainda sem escancarar o choro, ela subiu no ônibus conosco até à Estação do Metrô Conceição sem dizer uma palavra. Já no metrô, ela começou a nos dar conselho e pedir que não nos metêssemos em... Continuar lendo
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