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Jesus Andrade

Direitos da Mulher

A inserção da mulher no mercado de trabalho: protagonismo e transformação


Ao voltarmos o nosso olhar para a história dos movimentos sociais é nítido comprovar a presença das mulheres, bem como sua importante contribuição rumo aos processos de transformações sociais. Nísia Floresta, uma das pioneiras do feminismo brasileiro, defendia a emancipação das mulheres por meio da educação, assim como Bertha Lutz que lutou pelo direito ao voto feminino, nos anos 30, logo vale destacar que também os movimentos de contestação, das décadas de 1960 e 1970, de trabalhadoras, estudantes, que reivindicavam a presença das mulheres nas lutas políticas e sociais. O foco principal era denunciar a opressão, a exclusão, as diversas formas de violência, a desigualdade entre os sexos, dentre outras exigências que impulsionaram momentos significativos de transformação da realidade histórica.

Nessa perspectiva de reivindicações e mudanças as mulheres tem buscado ocupar diversos espaços no mundo do trabalho, da política, enfim espaços de poder e decisão. É perceptível que boa parte da população feminina esteja se empenhando, por exemplo, na carreira executiva, ou investindo no empreendedorismo ou ações sociais, logo mais da metade dos novos negóciosno brasil foram fundados por mulheres. Todavia, por muito tempo a esfera doméstica foi reservada para as mulheres. Por conseguinte, de acordo com pesquisas realizadas pela revista exame, Sebrae, mostram que a participação feminina nas empresas cresceu de 28,4% para 34,9%.

Isto posto, percebe-se que a inserção da mulher no mercado de trabalho pode ser considerada como um movimento social significativo que contribuiu tanto para o desenvolvimento das empresas quanto para a emancipação das mulheres trabalhadoras, logo promoveu um verdadeiro impacto para a vida privada das famílias, bem como benefícios diretos para toda a sociedade.

Especificamente quando nos referimos a entrada da mulher no mercado produtivos precisamos entender que foi também uma maneira de sobrevivência em virtude dos provedores dos lares (os homens) terem sidos retirados de suas famílias para lutarem na Primeira e Segunda Guerras Mundiais que ocorreu entre 1914-1918 e 1939-1945, respectivamente.

Vale lembrar que a dominação masculina ainda continua presente em nossa sociedade, logo os embates entre homens e mulheres seja na convivência privada ou públicas ainda são constantes Neste contexto e sem muita alternativa, as mulheres passaram a assumir a função de provedoras da família, bem como a posição dos homens no mercado de trabalho e diga–se de passagem com salários bem inferior aos pagos aos homens. As mulheres trabalham, em média, três horas por semana a mais do que os homens, combinando trabalhos remunerados, afazeres domésticos e cuidados de pessoas. Mesmo assim, e ainda contando com um nível educacional mais alto, elas ganham, em média, 76,5% do rendimento dos homens. Essas e outras informações estão no estudo de Estatísticas de Gênero, divulgado hoje pelo IBGE.

São muitos os motivos de nossa luta, mas o fundamental é que seja compreendido  que os trabalhadores só irão se libertar da opressão do capital, se forem somado a força das mulheres rumo a libertação da opressão de gênero, raça e classe, que infelizmente atinge com mais força as mulheres negras.

No entanto, as mulheres são resilientes e mesmo com todas as dificuldades postas a sua existência já chefiam quatro em cada dez famílias e são responsáveis por 42% da renda familiar. Apesar do aumento da entrada de mulheres no mercado de trabalho, elas ainda gastam 4 vezes mais tempo nas atividades domésticas que os homens. É claro que existe uma tendência da mulher cada vez mais ocupar novos postos de trabalho, pois a população feminina é dinâmica e vem se qualificando cada mais para ocupar esses espaços, inclusive postos de chefia no mercado de trabalho.

A história nos mostra que as mulheres buscaram romper com os obstáculos buscando assim se empoderar, visto que nessa luta por igualdade as mulheres têm conquistado o seu lugar na sociedade. Vale ressaltar que os países que visam diminuir as desigualdades, combatendo a pobreza, erradicando a fome, assim como a promoção da igualdade de gênero, estar dessa maneira investindo no crescimento social, político e econômico da sociedade. Para tanto se faz necessário investir em políticas públicas que busquem desenvolver projetos que visem ações que elevem a autoestima, a melhoria das condições de vida, de cidadania, respeito à pluralidade, igualdade de oportunidades e inclusão social, principalmente das mulheres.

O debate sobre a igualdade entre homens e mulheres tem tido um papel importante na luta por ocupação de mais espaço feminino no Brasil, infelizmente o ideal ainda está muito longe de ser alcançado, seja na família, na escola ou no trabalho, porém continuamos na luta por dias melhores.

Portanto, o protagonismo feminino precisa ser visto como uma força mobilizadora que visa o reconhecimento e acesso a direitos civis, políticos, sexuais, econômicos, sociais, de saúde, assim como destacar o papel da mulher na sociedade atual, em áreas da ciência e em outros campos profissionais.

Nesse momento fica a indagação: qual o papel da mulher e do seu protagonismo social para a construção de uma sociedade menos desigual?

Nessa direção, destaca-se então que o trabalho feminino tornou-se uma forte referência de transformação social, que hoje produz emancipação, dignidade e valorização pessoal para as mulheres.

 


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