"Estou muito feliz. O que mais quero fazer agora é ir para o celular e falar para as minhas irmãs que consegui e ganhei. Avisar minha mãe que estava preocupada porque eu estava com a perna machucada", comemorou. A marca alcançada surpreendeu Rayane. "Não estava esperando nada na verdade. Queria conseguir o índice ou ganhar medalha".
Natural de Caxias, no interior do Maranhão, Rayane hoje vive com a família em Brasília. Ela nasceu com baixa visão por causa de um problema congênito. Seus três irmãos também têm a mesma deficiência. As outras três irmãs, não. Ravena, Rayssa e Raynara são as irmãs. Wallace, Wanderson e Wesley, os irmãos. Vivem todos em Samambaia, cidade satélite do Distrito Federal e estavam acompanhando a prova.
Por causa da baixa visão, Rayane só percebeu que ganhou a prova depois que cruzou a linha de chagada e ouviu os outros atletas brasileiros vibrando na arquibancada. "Na hora da prova não vi se tinha sido eu ou a menina que estava do meu lado. Mas aí ouvi a galera e comemorei junto".
Rayane ainda competirá em duas provas no Mundial, os 100 metros e os 200 metros. A primeira também será disputada em Tóquio-2020, a outra, não. Para a maranhense, faturar os 400 metros foi um alívio e de certa maneira inusitado porque não é a prova em que ela é mais forte. "É a que fico mais nervosa porque não e minha especialidade. Fiquei muito feliz que deu tudo certo".
A sua especialidade é a prova dos 100 metros. No Parapan de Lima, que aconteceu no final do mês de agosto, início de setembro, Rayane faturou a prata. Agora a expectativa é conquistar o segundo ouro em Dubai. "Vamos tentar". As eliminatórias começarão no domingo pela manhã, em Dubai, madrugada no Brasil.