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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Novos tempos para Caxias


Caxias tem novamente uma grande oportunidade para reviver os dias de pujança do passado e retomar o seu curso desenvolvimentista na história. A força política estabelecida no município, representada, dentre outras, nas figuras dos deputados estaduais Zé Gentil (PRB), Cleide Coutinho (PSB) e Adelmo Soares (PCdoB), revela para o Maranhão inteiro que o povo gonçalvino cansou de ser coadjuvante, um grupo à margem dos grandes acontecimentos, e quer o seu lugar de direito no panorama político-administrativo estadual. Afinal de contas, não foi para o que se tornara ultimamente que o Marquês de Pombal, primeiro ministro do rei de Portugal nos idos do século dezoito, idealizou nosso município como um dos mais importantes baluartes de desenvolvimento na região.

A feliz decisão dos grupos políticos da terra em eleger, no último pleito de 2018, o maior número possível de representantes para a seara política estadual, e a vitória dessa empreitada, por conseguir despertar no eleitorado a importância de ter mais deputados com assentos na Assembléia do Maranhão, foi uma demonstração, acima de tudo, de amadurecimento da classe, que despojou-se das querelas pessoais, futricas e outros comportamentos desprezíveis que estavam degradando o conceito de fazer-se política em Caxias. Foi como deixar de olhar para o próprio umbigo e passar a visualizar o horizonte, em busca dos investimentos reclamados na região.

Já algum tempo vivendo das contrapartidas do governo federal, as quais, sem sombra de dúvidas, trouxeram muitos investimentos para o município, notadamente nas áreas de habitação, educação, edificação de creches e captação e distribuição de recursos hídricos, tanto na cidade quanto na zona rural, Caxias, no entanto, já dava mostras de estar no limite e agir era pura questão de sobrevivência. Estava claro que não podíamos mais assistir nossa economia esvair-se em favor de outros centros comerciais.

Com nossa população em franco crescimento, inevitavelmente os problemas começaram a aparecer. O desemprego é inquietante; o subemprego faz emergir uma categoria de trabalhadores autônomos que ocupam diária e desordenadamente os logradouros públicos; o sistema público de saúde, que já não consegue resolver as demandas da população; o trânsito nas ruas, que está caótico e as próprias vias e avenidas já mostram franca degradação, sobretudo, agora, nesse período frequente de chuvas, são exemplos de algumas dificuldades que estão mais à vista de todos. Em verdade, a cidade recebe hoje recursos nada desprezíveis. Entretanto, as demandas são tantas que o tesouro do município quase já não consegue acompanhar.

Nos últimos dois anos, o prefeito Fábio Gentil praticamente esteve só em busca de insumos para incrementar melhorias e criar oportunidades no município. Tem sido louvável conferir como vem conseguindo empreender, apenas com os recursos próprios da prefeitura, e se esforçando para manter em dia as contas públicas, inclusive cumprindo promessas de campanha, no contexto de um cenário de crise financeira que alcança todo o país e que está levando municípios e até estados a insolvência, sem falar que vivemos em pleno momento de transição da política federal, onde tudo ainda é incerteza. Mesmo assim, apertando o cinto, vem renovando nossas mais caras tradições, tocando obras que vem aumentando a autoestima perdida pelos caxienses, como a nova praça Dom Luís Marelin (Chapada) e o Mirante da Balaiada.

Se a gestão de “Cabeludo” ainda não se mostra em toda plenitude, tem a oportunidade agora de contar com os reforços dessa nova aliança que se estabeleceu em Caxias. Entender como isso está sendo possível, levando-se em consideração as peculiaridades históricas da política de Caxias, talvez não seja de fácil assimilação. Acredito que a gestão traga, dentro de si, um ponto de convergência inusitado: o fato de que o prefeito foi gestado dentro do próprio poder legislativo municipal, haja vista que é egresso do corpo de vereadores local por mais de 20 anos, e que, portanto, mais do que ninguém, conhece os caminhos a serem percorridos em busca de soluções para as dificuldades da população, coisas comuns na labuta diária dos edis. O fato é inédito na vida da Princesa do Sertão.

Aliado incondicional de primeira hora, impressiona que uma ideia nascida do Vereador Catulé (PRB), que ora preside pala segunda vez a Câmara de Caxias, por anos defensor ferrenho da proposta de que Caxias haveria de ter um prefeito das hostes do legislativo, tenha logrado êxito em momento tão inusitado e quando parecia que as forças no poder tinham tudo para sustentar a situação. Contudo, estabelecido o novo cenário, as mudanças não ficaram só nas aparências. A forma, a maneira de superar os obstáculos, também.

Há espaço para diálogo, vitórias e renúncias com elevado nível de grandeza, em prol do interesse comum. Agora, quando parecia que a aliança em torno do prefeito deixaria lacunas intransponíveis, com forte ameaça de rompimento, em razão, por exemplo, da desistência da candidatura do ex-secretário municipal de Governo Antonio José Bittencourt de Albuquerque Júnior (Catulé Júnior) em favor da candidatura de Zé Gentil, pai do prefeito, eis que, exatamente graças à força de coalizão e entendimento ostentada pelo grupo, o mesmo Catulé Júnior é convidado e empossado no posto de Secretário de Estado do Turismo, passando a fazer parte da renovada administração do governador Flávio Dino (PCdoB).
O primeiro mandatário do Estado entendeu rapidamente o que está acontecendo em Caxias e se apressou em reconhecer a inspiração e a competência do presente cacife político dos caxienses. Com a indicação, deu-nos uma resposta positiva aos esforços dessa nova forma de pensar que viceja em nossa região, e que se mostra auspiciosa inclusive para o plano estadual. Mantido esse espírito de união, predominando o ideal de que todos busquem os recursos e meios necessários para o município crescer, certamente os caxienses terão muito o que comemorar. Não custa nada torcer!!!


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