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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Bastidores sob sigilo e mistérios


A semana política começou com uma reunião sigilosa na tarde de segunda-feira, 15h, que contou com a participação de 13 dos 16 vereadores governistas no Gabinete da Presidência da Câmara. Trancados a sete chaves, longe inclusive de seus assessores, os vereadores, dentre os quais o presidente Catulé (PRB), deixaram o local por volta das 18 horas, para depois participarem da sessão ordinária do dia, 19, cujo ponto alto foi a apresentação de um projeto de lei de autoria do vereador Jerônimo Ferreira (PMN), propondo a criação de uma frente parlamentar voltada para garantir mais acessibilidade às pessoas com deficiência, seja do ponto de vista físico, visual, intelectual ou auditivo, no âmbito do Município de Caxias.

As eleições municipais de 2020, em novo modelo, foram objeto discussão sigilosa entre vereadores na CMC.

Saíram da reunião, mas nada disseram ou comentaram. No entanto, soube-se que outra reunião a portas fechadas concentrou o grupo com o prefeito Fábio Gentil (PRB), na manhã seguinte, no seu gabinete de trabalho, na sede da prefeitura. O que teriam ido conversar os vereadores com o alcaide? A julgar pelas crônicas divulgadas pela imprensa de São Luís, uma delas objeto de reflexão do ex-presidente José Sarney no jornal O Estado do Maranhão de sábado, 17, por certo, é a dificuldade que os atuais ocupantes de cargos eletivos terão pela frente, já na próxima eleição de 2020, ante a adoção das regras que varreram do jogo as coligações proporcionais para vereadores, decisão que, para quem é detentor de mandato, torna mais difícil a manutenção da vaga conquistada com muito sacrifício. Sim, sacrifício, pois todo mundo sabe que a eleição de um vereador não acontece simplesmente por sorte, mas graças a trabalho meticuloso e em meio a muito planejamento, viagens, recursos, contatos pessoais etc.

É uma insensatez pensar que determinada pessoa conquista uma vaga na política para mostrar trabalho apenas em um mandato. Isso não existe, embora seja incompreensível para projetos de postulantes neófitos que anseiam fazer parte do seleto grupo que detém a proximidade com o poder. Primeiro, porque política vicia. O tempo passa e a pessoa não sabe fazer outra coisa. O exemplo do ex-presidente Sarney é emblemático. Ele já se diz fora do meio, mas uma simples reflexão que faça já o joga novamente na arena dos leões.

Na reflexão que fez sobre as eleições municipais, o ex-presidente ficou surpreso ao constatar uma novidade que chamou de extraordinária, agora, nesse novo cenário, que reproduzimos: “os partidos não escolhem os candidatos que têm votos, sob a argumentação de que tiram as possibilidades dos novatos. Tivemos até, na última eleição, um partido que não aceitava candidatos de eleição certa”, ressaltou. E, prosseguindo na argumentação: “Isso sem dúvida é uma coisa que jamais pensei surgir na disputa eleitoral: os candidatos, para conseguirem entrar na chapa, não podem ser aqueles que tiveram sempre a preferência do povo e se elegeram, mas os que não têm votos e, somando os poucos votos dos novos, criam possibilidades de o partido ter um ou dois eleitos, geralmente os detentores das direções partidárias”.

Sem saber que lógica imperava nesse tipo de conduta, Sarney resumiu que a política não está sendo mais a escolha por ideias, por trabalho, por tradição ou pela capacidade de liderar e por já ter sido testado nas urnas. O que conta, no novo modelo, é não ter voto nem capacidade para angariá-lo, muito embora a experiência de chapas dos sem-votos, na última eleição, também tornou os partidos que assim procederam em partidos sem representantes e que não elegeram ninguém.

Talvez em função dessa nova diretriz, que encontra seguidores exatamente em pessoas que ainda não foram testadas nas urnas, a técnica está sendo costurada para a próxima eleição municipal, e o mote estabelecido resume-se a ninguém querer coligação com partido que tenha vereador eleito. Mas o ex-presidente adverte que na eleição passada as chapas de deputado feitas assim resultaram num grande fracasso.

Em razão disso, parece-nos que a grande questão que preocupa a vereança local, principalmente por parte da numerosa bancada que dá sustentação ao governo, é que esse tipo de coisa possa estar prosperando no contexto da aliança que garante FG no poder. E, pior, que uma disputa intestina esteja se consolidando de forma desigual, onde alguns agentes contem com vantagens sobre os demais. Nesse mister, o vereador Mário Assunção (PPS), um dos mais fluentes situacionistas, começou no final do semestre passado a revelar que membros da assessoria do prefeito estão fazendo uso de seus cargos com o propósito claro de entrarem com vantagem na disputa eleitoral. O primeiro nome revelado foi o do professor Chiquinho, atual secretário de Assistência Social. Mas antes, o vereador Neto do Sindicato (PCdoB), já fizera pregação contra o administrador do Balneário Veneza. Resta a saber se os dois citados, assim como outros novos postulantes, estão à frente de novas agremiações preparadas apenas para elegê-los.

É evidente que se optar por trabalhar pelo modelo que está na moda, mas que só é bem recebido por quem ainda está fora da política; a valorizar dirigentes que sejam controladores de partidos apenas para escolher os candidatos que irão se eleger, o prefeito poderá colocar em cheque todo o seu futuro na política, uma vez que ficará fragilizado caso seus opositores conquistem mais assentos no poder legislativo municipal.

Talvez a insatisfação da sua bancada tenha base no receio de que FG possa dar preferência ao novo modelo eleitoral, notoriamente anti-democrático, quando o raciocínio mais correto vai no sentido de que tem mais é que ampliar as coligações partidárias em torno de si, e com isso fortalecer ainda mais a sua posição. Sem as coligações proporcionais para vereadores, aquelas em que termos como chapão ou chapinha agora são lembrança, são os partidos que mostram força no processo. E, para eleger vereadores, a condição é ultrapassar a barreira do coeficiente eleitoral. Assim, aquele partido ou coligação partidária que tiver a maior quantidade de candidatos com bom desempenho eleitoral poderá ter a maior bancada na Câmara, na próxima legislatura.

Se os amigos de primeira hora da campanha, entre os quais se encontram secretários e assessores, contavam com essa proximidade com o prefeito para atingir seus propósitos políticos, tal comportamento entrou em choque direto com a turma que tem mandato, e essa é uma das razões que os levam a ficar arredios e até indiferentes às solicitações da vereança.

Em sua argumentação, os vereadores situacionistas sustentam que eles não só defendem a administração, mas vão atrás também das demandas que a população faz, as quais, se resolvidas, dão mais popularidade à gestão de Cabeludo, enquanto que assessores e secretários, munidos dessas informações, somente vão à luta como se fossem os pais das iniciativas dos próprios edis. E, com a máquina na mão, com o poder da decisão de fazer, conspiram contra os vereadores em suas próprias bases de sustentação, sem se importarem com as consequências desse tipo de comportamento no contexto da aliança que abraça atualmente a gestão municipal.

Em reflexão passada, mostramos que o prefeito, com a experiência adquirida em mais de 20 anos de mandato como vereador, conhece como ninguém as dificuldades porque cada edil passa para se manter em evidência. Será que se deixou levar pelos fulgores do poder, ou à reverberação que se processam hoje nas redes sociais, ou a essa nova ordem que derruba a democracia, ao ponto de estar disposto a mudar a ordem estabelecida na política municipal? Alguma influência estaria por trás desse posicionamento alheio às preocupações do seu grupo de vereadores?

Com certeza, são pensamentos dessa natureza que permeiam a mente dos situacionistas. Não fosse assim, o presidente Catulé, amigo de primeira hora e grande incentivador da campanha e da aliança que alçou Cabeludo ao poder, não estaria preocupado em reunir-se com a bancada, mesmo cercado de sigilos e mistérios.

Hospital novo, moderno, atendimento ... nem tanto...

Uma das melhores coisas que acontecem no jornalismo é a responsabilidade que os redatores tem de mostrar como certas coisas podem funcionar, embasados na experiência colhida através do testemunho ocular, de reportagens, entrevistas, livros,  apenas com o interesse de contribuir, colaborar, sem denegrir. Assim, hoje abrimos espaço para falar do Hospital Geral do Município, agora Complexo Hospitalar Gentil Filho, reinaugurado e ampliado pelo prefeito Fábio Gentil para atender mais eficientemente as demandas que a população caxiense houvera perdido, depois do fechamento da mesma unidade hospitalar no final da gestão do ex-prefeito Léo Coutinho.

Do hospital em si, do projeto de reforma e da ampliação que foram esmerados, nada se pode dizer, assim também como da recepção dispensada a quem ali procura assistência, que está ocorrendo com muita presteza, como pudemos testemunhar pessoalmente no último fim de semana. Contudo, a gestão deve contratar especialistas com urgência para evitar problemas que requeiram um atendimento mais específico, como é o caso, por exemplo, de atendimento em cardiologia, um dos males que provocam mais óbitos nos hospitais do país.

Sábado e domingo passados, tanto na UPA quanto no Gentil Filho, não havia médico especializado no assunto, e a atenção recebida por um paciente, diagnosticada como um problema de coluna, na verdade era um processo de infarto em curso. A família do paciente disse que nem esperava um tratamento nos dois hospitais, mas apenas receber um indicativo do que fazer, quais as providências que devia tomar, para salvar a vida de seu ente querido.

Hospital Gentil Filho foi reinaugurado em clima de alívio e realização por um serviço de saúde melhor para a

população caxiense e de todos os demais municípios no entorno da Princesa do Sertão, mas seu atendimento precisa

estar à altura das necessidades da comunidade.

No caso citado, a medicação administrada mascarou um pouco a dor que o paciente sentia no peito e que se propagava também para o braço esquerdo. Até o exame de eletrocardiograma informava que havia a presença de um infarto. Mandado para casa com o diagnóstico de que a dor forte provinha da coluna e levando uma receita para fazer exames de sangue, o paciente acordou na segunda-feira bem pior, com incômodo mais forte e teve que imediatamente ser levado para Teresina, onde, finalmente, recebeu diagnóstico apropriado e esperava, com a situação mais controlada, a vez de fazer uma operação de ponte de safena.  Os médicos que o atenderam em Teresina disseram que ele tivera, não somente um, mas nove infartos, e que sobrevivera durante dois dias por pura sorte. Agora, imagine o leitor, um problema desse tipo acontecendo no seio de uma família sem meios para resolvê-lo noutro local.

A conta negativa desse tipo de atendimento certamente não cai nas mãos de quem está gerindo o sistema de saúde, mas no colo do próprio prefeito, por sugerir à comunidade a excelência de um serviço que não possui, uma vez que nota-se que há falta de profissionais capacitados para realizar certos tipos de procedimentos na rede de saúde municipal. Contudo, ninguém acredita que o alcaide esteja se valendo apenas da mídia para projetar popularidade, através da reinauguração do Gentil Filho. Existe uma ponta solta, uma situação de negligência, se assim podemos dizer, pois é inconcebível que um hospital que demandou mais de dois anos para ficar pronto e grande volume de recursos para reentrar em operação, e que talvez seja a maior realização desse governo, já apresente falhas, poucos dias depois de inaugurado.

O que a população espera que o hospital de porteira aberta, como diz o vereador Catulé, faça, é uma assistência capaz de dar mais segurança aos seus usuários e contribuintes. A gestão já recuperou a credibilidade da Maternidade Carmosina Coutinho, assim como melhorou e estendeu o atendimento diário nas unidades básicas de saúde. A UPA passa por melhoramentos. Vê-se que vontade política não falta para um bom trabalho assistencial de saúde em Caxias.

Mas, por outro lado, se mantido o mesmo tipo de acolhimento na recepção do Gentil Filho, em pouco tempo não se terá ali mais um belo hospital, mas um mercado, uma feira, onde se compra e vende de tudo. No domingo à tarde, vendedoras ambulantes de salgados faziam a festa distribuindo seus produtos a visitantes e aos próprios funcionários do hospital, deixando no recinto climatizado o cheiro nauseabundo de fritura. Do lado de fora, crianças gritavam e se banhavam no chafariz da fonte que emoldura a área do estacionamento.

Com toda certeza, não é o que se espera que ocorra num lugar onde o silêncio deve ser norma, uma regra a ser compartilhada por todos, pois ninguém vai a um hospital para fazer reunião social e muito menos para tomar banho. Afinal de contas, de um hospital de porte, como o Gentil Filho, se espera apenas a ajuda necessária para a solução de problemas de saúde. E mais: que sua administração tenha no seu quadro de pessoal funcionários com o devido preparo e capazes realmente de amenizar o desespero de quem se acha em sofrimento e, às vezes, sob o risco de perder a vida. Como está, é confortável, bonito, mas sua direção tem que imediatamente corrigir certos defeitos, antes que se tornem vício e comprometam a credibilidade do investimento milionário feito com acerto pelos cofres do município.

Aplausos

Campanha por um trânsito melhor

# - Finalmente está em franco andamento uma campanha que exorta a comunidade a participar mais atentamente do cumprimento das regras de trânsito na cidade. Com mais de 50 mil veículos nas ruas, entre carros e motos, estas últimas em maior número, Caxias estava precisando de um trabalho impactante nesse sentido. E, aproveitando a deixa do Dia do Pedestre, que transcorreu em 8 de Agosto, a Secretaria Adjunta de Transportes e a Ciretran de Caxias, passaram a destacar pessoal para as ruas com objetivo de despertar nos transeuntes uma consciência maior acerca de uma problemática que já é comum nas grandes cidades, mas que já está presente também em nossa Princesa do Sertão.

“Essas ações já estão sendo feitas em outras cidades e nós estamos copiando, pois é algo que dá resultado. A população de Caxias é usuária das vias da cidade e merece respeito. Por isso, clamamos para que no trânsito as pessoas respeitem a faixa e a sinalização das vias”, disse o secretário de Transportes, Alberto Simão.

De acordo com o Ciretran Caxias, o número de acidentes na faixa de pedestres é registrado anualmente; do ano de 2017 para 2018, esses dados caíram cerca de 60%. “Nós temos acompanhado as estatísticas e vemos que essa realidade tem diminuído graças ao trabalho que fazemos e a conscientização das pessoas”, ressaltou Shelida Ferreira, chefe do Ciretran.

Além de cartazes com frases de impacto como “Não avance na faixa, avance no respeito” e “No trânsito, o sentido é a vida”, a ação teve a participação de cadeirantes vítimas de acidentes de trânsito que ajudaram nas ações educativas passando na faixa de pedestre.

Assim, muito dignas de aplausos são as dicas que são oferecidas para pedestres e condutores.

Dicas para o condutor (motorista e motociclista):

* Respeite a faixa de pedestres.

* Não ultrapasse a velocidade permitida na via.

* Se beber, não dirija.

* Não use celular ao volante.

* Redobre a atenção próximo a paradas de ônibus e saída de escolas.

* Estacione sempre no local permitido.

Dica para o pedestre:

* Ande sempre na calçada.

* Atravesse a via sempre pela faixa de pedestre.

* Não atravesse a via correndo, pois você pode cair e não conseguir levantar à tempo de evitar um acidente.

* Não atravesse a via falando ao celular ou usando fones de ouvido.

Vamos rir!!!

# - Uma mulher obesa entra esbaforida numa agência bancária e, de imediato, senta-se com todo o seu peso no banco de espera. Não suportando o peso, o banco se quebra, levando a gordinha ao chão. Risada geral durante alguns minutos.

Porém, um senhor idoso que a tudo assistiu, não parou de rir. E a dita senhora, visivelmente aborrecida, o interpelou:

- Por que é que o senhor não para de rir? Não tem pena das desgraças alheias?!

E ele – Não me leve a mal, minha senhora – respondeu-lhe o senhor ainda achando graça – é que sou banqueiro e durante toda minha vida é a primeira vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos!!!

 


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