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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Marasmo no poder


Com o poder legislativo municipal em recesso por todo este mês de janeiro, pouca coisa é ventilada de dentro da seara política para a comunidade. No que tange à sucessão da gestão municipal, nenhuma novidade pode ser apreciada para além do fato de que o prefeito Fábio Gentil (PRTB) caminha firme em seu projeto de reeleição ao lado do vice-prefeito Paulo Marinho Júnior (PV), em busca de mais quatro anos de mandato.

Administrando Caxias com impressionante desenvoltura em meio à crise econômica nacional e à nova ordem imposta pelo Palácio do Planalto, onde o mote é manter despesas em rédeas curtas, Cabeludo, mesmo sendo admoestado por algumas situações que não consegue evitar, como algum atraso no pagamento de fornecedores e de prestadores de serviço, segue mantendo em curso firme o barco da administração, fato que leva ao desespero todos que acham que chegou a hora de confrontá-lo, e vencê-lo.

No plano puramente administrativo, Cabeludo tem três problemas mais urgentes para solucionar: pagar ainda dentro deste mês de janeiro o abono dos servidores da Educação Básica; melhorar o atendimento hospitalar na área de urgência e emergência; e por fim à novela em que se transformou a contratação das pessoas aprovadas no último concurso público da prefeitura, de cujo contingente, segundo informado pelo próprio prefeito, 70% dos selecionados já estão dentro do quadro dos servidores municipais.

Com esse capital administrativo ao seu dispor e recebendo apoio dos deputados estaduais Adelmo Soares (PCdoB) e Zé Gentil (PRTB), que já lhe asseguram quase dois milhões de reais em emendas parlamentares para este ano, FG certamente não terá grandes dificuldades para bem conduzir este último ano da sua gestão, uma vez que tem uma previsão orçamentária estimada em mais de 660 milhões de reais a seu dispor, o que, covenhamos, é muito poder de fogo nas mãos.

Se o quadro da disputa majoritária já está mais ou menos visível, e vai em clima de marasmo, o mesmo não é possível dizer da disputa pelas vagas parlamentares da Câmara Municipal à sua próxima 19ª Legislatura. Para os lados da CMC, como se diz em jargão popular, “o tempo  é de vaca desconhecer bezerro”, em face da luta aberta que já está em curso no município desde o ano passado.

Vereadores e vereadoras com mandato posicionam-se com certa vantagem diante de novos pretendentes ao cargo. Mas, ressabiados, os mais experientes não dormiram nem estão dormindo no ponto, baixando a guarda junto ao eleitorado. De sorte que, a toda hora, o que se vê é vereador fazendo o possível e o impossível para manter-se na evidência dos fatos administrativos do município, obviamente assumindo a postura da autoria das iniciativas, é claro.

Em contrapartida, a julgar pela movimentação nas redes sociais caxienses, será grande o contingente de neófitos que irão participar pela primeira vez de uma eleição. Motivados pelo sucesso que as intervenções tecnológicas tiveram no último pleito presidencial, a maioria acredita que será possível disputar em pé de igualdade com os políticos profissionais inclusive apostando no desgaste natural de algumas candidaturas. Mas têm pela frente, primeiro, uma batalha para vencer, que é fazer a escolha correta da filiação partidária, uma vez que é imprescindível estar numa agremiação capaz de levar o máximo de seus membros a eleger-se.

O peso na lei das próximas eleições municipais será o coeficiente eleitoral, prognosticado em cerca de quatro mil votos. Então, se o candidato, por exemplo, tiver três mil votos, isto é, uma votação excelente, pode simplesmente ficar de fora se seu partido não atingir o coeficiente eleitoral de votos.

Desse contingente de neófitos, é bom atentar para uma presença maior de mulheres no pleito deste ano, haja vista as manifestações que a toda hora surgem nas redes sociais, motivadas pela ideia de empoderamento que só cresce no meio feminino da atualidade. É bom levar em conta que, antes, a indicação de mulheres para participar das eleições era por coligação e, agora, será por partido, e esse partido não vai poder ter como escudos outros partidos para que, enquanto coligação, eles atingissem os 30% mínimos e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo.

No mais, é ter em mente que cada partido poderá indicar quantidade de candidaturas até 150% do número da bancada da Câmara Municipal, situação que remete Caxias a um cenário de até 50 candidaturas por partido.


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