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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Eleição municipal tem dois quadros definidos


A indicação da chapa que disputará a Prefeitura de Caxias no próximo mês de outubro, pelo grupo Coutinho, enfim não aconteceu por intermédio de uma pesquisa entre seus membros que pretendiam disputar as vagas de prefeito e vice, mas por intermédio de um acordo político laboriosamente gestado no Palácio dos Leões.

 Enviado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) para por um termo final na indefinição que se apossara do grupo, desembarcou em Caxias, na quinta-feira (23) nada menos do que o presidente estadual do PCdoB maranhense, o deputado federal Márcio Jerry, o mais fiel estrategista e confidente do primeiro mandatário estadual, com a missão de fechar um acordo entre a deputada estadual Cleide Coutinho (PSD) e o deputado estadual Adelmo Soares (PCdoB), até então aliado do prefeito Fábio Gentil (PRB).

Consolidadas as negociações, com o apoio de Cleide Coutinho, Adelmo Soares será o candidato a prefeito do grupo. Na sexta-feira, 24, durante encontro no auditório da Casa de Saúde e Maternidade de Caxias, de propriedade da família, a vereadora Thaís Coutinho (PSB) foi confirmada como a candidata a vice-prefeita do clã.

A manobra define de vez que a família Coutinho não quer ser vista mais como coadjuvante na política municipal e regional, depois do passamento do seu grande líder, o ex-vereador, ex-deputado estadual, ex-prefeito de Caxias e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Humberto Coutinho. Volta à ribalta com desenvoltura e pensando grande, com alguma possibilidade de ganhar a próxima eleição de 4 de outubro.

Na imagem à esquerda, a deputada estadual Dra. Cleide Coutinho (PDT) e o deputado estadual Adelmo Soares (PCdoB), com o aval do presidente Estadual do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry, fecharam acordo político para as eleições municipais deste ano na cidade de  Caxias. Na imagem à direita, o momento em que a vereadora Thaís Coutinho foi indicada como vice na chapa liderada por Adelmo.

A tarefa vai ser fácil. Claro que não. Mas volta ao jogo cercada de quadros que tem no sangue o mais puro DNA político, gente que sabe usar de todos os mecanismos para que seja levada adiante uma disputa eleitoral de porte, como é o caso da disputa pela Prefeitura de Caxias, cidade cujas tradições a fizeram a mais emblemática urbe do interior do Maranhão, e não somente brilhante do ponto de vista cultural e intelectual, mas também pela importância política que sempre ostentou ao longo de uma vida secular muitas vezes dramática no cenário estadual.

A novidade, sem dúvida, foi o desembarque abrupto de Adelmo Soares do seleto grupo de aliados do prefeito Fábio Gentil, que postula reeleição. O humor dos correligionários foi da mais pura estupefação à raiva descontrolada, ao perceberem que a traição do parlamentar irá criar grandes dificuldades no contexto de um cenário que se avizinhava fácil e um passeio no dia 4 de outubro.

Ocorre que viver em política, às vezes, dá nisso. O que é traição, para uns, é grande oportunidade para outros. E, no caso, o acordo fechado, para Adelmo, é aquele cavalo selado que costuma apenas passar uma vez diante de quem tem pretensões de progredir na política. E nisso o deputado sempre deu mostras e se mostrou arrojado participando da vida política caxiense. Primeiro, esteve com os Marinho, depois com os Coutinho. Teve coragem inclusive de se licenciar de um mandato de vereador na Câmara de Caxias para embarcar voluntariamente na primeira campanha eleitoral de Flávio Dino para governador.

Alçado à função de Secretário de Estado da Agricultura Familiar na primeira gestão dinista, aproveitou o cargo para percorrer o estado inteiro arregimentando votos que o levariam a um primeiro mandato na assembleia estadual e, como nunca escondera de ninguém a vontade de governar Caxias, agora, não fez mais do que se espera de quem ambiciona muito na política.

É possível que o pulo do deputado não esteja incomodando apenas os correligionários do grupo Gentil/Marinho. Há estremecimento identificado nas hostes coutinianas. Júnior Martins, Edilson Martins, Luís Lacerda, dentre outros, não foram vistos nas reuniões que selaram o novo acordo político do grupo. Magno Chaves, por exemplo, publicou nota anunciando que deixa os Coutinho para disputar, ele próprio, também a eleição majoritária do município. Antes da poeira baixar e mostrar a realidade do pleito que se avizinha, muita gente ainda será vista com rosto carregado e beiço grande pelos quatro cantos de Caxias.

O rompimento de Adelmo Soares fez o prefeito Fábio Gentil, ao centro, inaugurar uma nova fase na gestão municipal de Caxias.

Por outro lado, mais ambientado com a vivência política, o prefeito Fábio Gentil se recuperou rapidamente do susto e já está à frente de ações que tragam mais fortalecimento à sua aliança com a família Marinho, seguramente o seu maior trunfo para garantir suas pretensões de reeleger-se em 4 de outubro. As reuniões do seu secretariado com a participação do vice-prefeito Paulo Marinho Júnior, que se diz mais fiel do nunca a Cabeludo, agora serão em regime de quinzena, nas quais pontualmente será avaliado o alcance de cada ação implementada pelo governo, seja na zona urbana ou na zona rural de Caxias, visando obviamente consolidar o voto do eleitorado que o apoiou no pleito passado.

Aos poucos, o marasmo que ameaçava tomar conta da política caxiense, neste ano eleitoral, vai se desvanecendo. Aguarda-se a performance dos que intentam participar do pleito de prefeito pelo bloco alternativo. Saber realmente quem terá coragem de prosseguir ou deixar o caminho livre para os mais estruturados ao pleito que seguramente vai deixar a política caxiense bem mais interessante, a partir de agora.


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