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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Conchavos, reclamações, rompimentos...


À medida que as definições pré-eleitorais vão se consolidando em Caxias, e considerando-se os dois grandes grupos políticos que já polarizam a próxima eleição municipal, que são as famílias Gentil/Marinho e Soares/Coutinho, começam naturalmente a aparecer as dificuldades intestinas no seio desses dois consórcios políticos caxienses.

Em reunião fechada no gabinete do prefeito Fábio Gentil (PRB), na manhã da quarta-feira, 29, que passou, o grupo de 16 vereadores que lhe dá sustentação na Câmara Municipal pressionou acaloradamente o chefe do executivo municipal, cobrando-lhe o cumprimento de uma pauta de reivindicações para que o resultado das eleições produza efeito positivo, se não para todos, mas pelo menos para a grande maioria dos edis ditos governistas que postulam reeleição. 

Na foto todos estão sorridentes e confiantes. Mas a verdade não é bem assim,

há muita reclamação e até ameaças veladas de rompimento nesse início da campanha eleitoral.

O prefeito ouviu atenta e pacientemente as demandas dos edis que estiveram no Paço Municipal e, pelo que se sabe, a grita maior foi contra a desenvoltura e o assédio de familiares e assessores de Cabeludo que intencionam disputar vagas na Câmara Municipal.

Ao sair do encontro, a maioria dos vereadores preferiu não esconder certo desânimo diante do tom das conversas travadas no gabinete prefeitural. Para uns, a reeleição está difícil em função do comportamento do mandatário, que nada faz para refrear o apetite da sua rapaziada. Mas, ao contrário, dá a impressão nítida de a estimular, com o propósito óbvio de livrar-se do assédio natural que os parlamentares costumam fazer a todo ocupante no posto de Prefeito Municipal, uma tradição que não é só daqui, mas do contexto da própria política brasileira.

Nas coxias, corre o boato de que o número de vereadores oposicionistas vai crescer a partir de 03 de fevereiro, quando serão retomados os trabalhos legislativos na Câmara Municipal. Mas isso é coisa ainda para aferir-se a coragem de muita gente que mostre tal disposição, porque o gesto, sem dúvida, praticamente define uma vitória ou uma derrota na corrida eleitoral.

Certo mesmo é que a vereadora Aureamélia Soares (PCdoB) retoma sua vaga na CMC, após ter deixado a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres, que ocupou enquanto ela e o marido, deputado Adelmo Soares (PCdoB), estiveram no governo de Fábio Gentil. Até o fechamento desta edição, Cabeludo ainda estava à procura de um nome para suceder Aureamélia na importante pasta.

Sua preferência inicial, até mesmo visando não deixar nenhuma ponta solta dentro da aliança com a família Marinho, era empossar a ex-prefeita Márcia Marinho, que se acha impedida em decorrência de processos judiciais ligados às prestações de contas de sua gestão de 2000 a 2004. Outro nome que está forte no páreo é o da ex-vereadora Ana Lúcia Ximenes. Mas consta também que, para manter sua base de sustentação na Câmara, preservando Genival Motopeças (substituto de Aureamélia) na bancada, Cabeludo teria convidado a vereadora Irmã Nelzir(PSB), que declinou da lembrança.

Aliança e rompimento

Por outro lado, a aliança do deputado estadual Adelmo Soares com a deputada estadual Cleide Coutinho (PDT), que guindou o primeiro à cabeça da chapa mais forte do bloco oposicionista caxiense da atualidade, já revela também algumas fissuras que, a se confirmarem, provocarão arranhões severos na base de sustentação do grupo Coutinho, após cerca de 14 anos dirigindo o poder, tanto no município como em grande parte do leste maranhense. Informações assinalam que o ex-vice prefeito Júnior Martins (PSDB), aliado fiel da família Coutinho no espaço de 16 anos, já esvaziou as gavetas da sua mesa de trabalho na Agerp de Caxias, órgão do sistema estadual de agricultura, pecuária e abastecimento, colocado a seu comando por indicação do grupo.

Adelmo Soares, em São Luís, em reunião com a deputada Cleide Coutinho,

a vereadora e pré-candidata a vice-prefeita, Thaís Coutinho, e o esposo dela, Daniel Barros. 

O empresário Júnior Martins não ficou satisfeito com o tratamento que lhe foi dispensado no contexto da nova aliança trabalhada a oito mãos entre o governador Flávio Dino (PCdoB), seu assessor fiel, o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), a deputada Cleide Coutinho e próprio deputado Adelmo Soares, em verdade o grande beneficiário de toda uma articulação que frustrou incondicionalmente todos aqueles que tinham um trabalho político reconhecido ao longo de muitos anos e que se julgavam, portanto, merecedores de uma chance de apoio do clã às suas pretensões.

Na quinta-feira, 30, JM anunciou oficialmente a saída do grupo de apoio dos Coutinho, dizendo que tem muitos sonhos e não se conforma com a ausência do saudoso ex-prefeito Humberto Coutinho, antigo chefe do clã, e que prefere, ele próprio, candidatar-se a prefeito de Caxias, por entender que há falta de compromisso com desenvolvimento da cidade, a ausência de alguém que cuide das pessoas, especialmente as mais humildes e simples, conforme assinalado na nota oficial reproduzida nas linhas subsequentes deste texto.

Tino Castro, Magno Chaves e, agora, Júnior Martins, preferiram não seguir com a nova aliança dos Coutinho.

A atitude de Júnior Martins acompanha as decisões anteriormente tomadas pelos empresários Tino Castro e Magno Chaves, que também deixaram os Coutinho, anunciando prosseguir em carreira solo rumo à Prefeitura de Caxias, no próximo pleito. Se os três irão lograr êxito em suas vontades, haja vista que têm o direito legítimo de se candidatarem, é uma situação que não vem ao caso agora. O problema maior é que os três representam os interesses de famílias tradicionais da cidade, que estão deixando o barco dos Coutinho, como se a prenunciar a tormenta gigante que o clã tem pela frente e que pode facilmente afundar a embarcação e por fim à sua sobrevivência política.

Se o grupo Coutinho ganhou com a cooptação do deputado Adelmo, já está sangrando em demasia com a debandada de três de seus fiéis apoiadores. O afastamento de Júnior Martins, sem dúvida, é o mais sentido, principalmente se levarmos em conta que ao lado do ex-vice-prefeito, marcham também o empresário e ex-vice-prefeito Zé Martins e o vereador Edilson Martins (PSDB), um clã influente e com participação decisiva nas gestões municipais no período de 1993 a 2016.

É compreensível o descontentamento de Júnior Martins, Tino Castro e Magno Chaves, por terem sido deixados de lado na indicação para prefeito dos Coutinho. Realmente dói se sentir traído dentro do espaço onde se faz política. Ocorre que agora os tempos são outros. O grupo não está em mais uma eleição sob o guarda chuva do deputado Humberto Coutinho, mas luta ferrenhamente para sobreviver, e deve ter sido por isso que a deputada Cleide Coutinho não viu outra saída, senão a de aceitar a proposta gestada pelo governador Flávio Dino, após a fracassada tentativa de aproximação com Fábio Gentil.

“A água que afunda a canoa é a de dentro”

É da lavra recente do vereador Mário Assunção (PPS), parlamentar do alto clero da bancada governista, a expressão “a água que afunda a canoa é a de dentro”, fazendo alusão ao estrago que essas deserções internas podem causar no âmbito de quaisquer candidaturas majoritárias no município de Caxias. É claro que MA se referia a uma preocupação decorrente dos desentendimentos que estão acontecendo dentro do bloco Gentil/Marinho, os quais, em não sendo corrigidos, podem gerar dificuldades intransponíveis e capazes de retirar a posição de liderança que o grupo desfruta no atual momento.

Em outras palavras, MA subliminarmente também deixa transparecer o raciocínio de que seu grupo está diante de um adversário preparado para enfrentá-lo de igual para igual, inclusive com respaldo financeiro, e disposto a cooptar todos aqueles que se sintam desprestigiados. E tem razão, porque é difícil achar outro entendimento para o rompimento do deputado Adelmo com Cabeludo, caso Soares não tivesse todas as garantias para batalhar em pé de igualdade a eleição. O fundo partidário do PCdoB no Maranhão, por exemplo, controlado pelo deputado federal Márcio Jerry, que selou o acordo, é um desses trunfos. Em contrapartida, o mesmo pode ser dito em relação a todos aqueles que estão deixando a nau coutinhiana, e que podem também buscar abrigo nas hostes palacianas, se as ofertas não puderem ser recusadas, é claro.

Luta acirrada em Matões

Ademais, a grande luta dos Coutinho, no momento, não está somente em Caxias, mas no vizinho município de Matões, onde o prefeito Ferdinando Coutinho (PSB) procura sobreviver no meio de uma disputa com o ex-deputado Rubens Pereira, aliado que rompeu com ele recentemente, e o advogado Gabriel Tenório (PV).

Pesquisa aponta Tenório na frente, seguido por Ferdinando e Sueli Pereira.

Ouvindo 315 eleitores, a primeira pesquisa de intenção de votos naquele município, realizada no dia 17 de janeiro, com margem de erro de 5,7 pontos, para mais ou para menos, e grau de confiança de 95%, registrada na Justiça Eleitoral (MA-08897/2020) pelo Instituto Census, de Teresina, apontou Gabriel Tenório em primeiro lugar (38,41%), Ferdinando Coutinho colado nele (33,02%) e Sueli Pereira (esposa de Rubão) um pouco mais distante dos dois primeiros (15,56%).

A pesquisa revela que Tenório também leva vantagem no confronto direto com os dois adversários. Contra Suely, ele chega a 53,02%, contra 32,06 da ex-prefeita. Já no cenário contra o atual prefeito, Gabriel Tenório chega a 46,67%, e Ferdinando Coutinho, 41,59%.

Não obstante, talvez um dado relevante dessa pesquisa tenha passado despercebido de quem a viu só por um ângulo: no quesito rejeição, Ferdinando é quem tem a mais baixa (20,63%), seguido por Tenório (24,13%) e Suely (27,3%). A razão para essa inversão de números está no passado das famílias Tenório e Pereira, que já dirigiram Matões e mantinham entre si comportamento pouco amistoso.

Para não obscurecer de vez na política de Matões, Rubão Pereira tenta uma aproximação com Gabriel Tenório, enquanto Ferdinando rearruma seu corpo de assessores, muitos dos quais ligados a Pereira. Com a caneta na mão e coordenando os contratos comissionados de trabalho na prefeitura, Grandão traz para si as famílias de muitos servidores que ficariam na rua da amargura acompanhando o antigo chefe, que nada tem a oferecer-lhes em termos de sobrevivência, ao contrário do prefeito que está no poder.

Não foi sem razão que o prefeito Ferdinando Coutinho demonstrava muito otimismo na semana passada ao conversar em roda de amigos de Caxias. Contudo, em Matões, a luta será titânica, ainda mais porque Rubens Pereira, ao romper com Ferdinando, não poderá mais contar com os votos da família Coutinho casados ao do seu filho, o deputado federal licenciado Rubens Pereira Júnior (PCdoB), que ocupa atualmente a Secretaria de Estado das Cidades, em São Luís. Por enquanto, Rubens Júnior é pré-candidato na campanha para prefeito da capital, com o apoio do governador Flávio Dino. Até o momento, sua pretensão não tem despertado empatia com o eleitorado ludovicence.

Por sua vez, o prefeito Grandão também problemas: Romperam com os Coutinho dois ex-vereadores de Matões, Zé Augusto e Nando, que já estão na oposição, aliados ao projeto político de Gabriel Tenório.

MDB muda de comando e lança Cesar Sabá como terceira via para a prefeitura, em Caxias 

Cesar Sabá foi lançado por João Alberto contra Fábio Gentil e Adelmo Soares


Com a presença do presidente estadual do MDB , ex-senador João Alberto, lideranças, dezenas de pré-candidatos a vereador e mais de trezentas pessoas, foi lançada sexta-feira (31) no Marília Eventos, a pré-candidatura do radialista e empresário César Sabá a prefeito de Caxias.

O ex governador João Alberto ,em seu discurso , elogiou bastante César e falou das mudanças que a política precisa ter: " César Sabá é um homem honesto e íntegro. Ele tem o meu aval . Não tenho dúvida que será um grande prefeito. A política precisa de pessoas como o César", concluiu.

O empresário Igor Cardoso também fez questão de falar do pré candidato do MDB em seu discurso. " Tudo que Caxias precisa é de alguém como César Sabá. Eu o conheço e sei da capacidade que meu amigo César Sabá tem . Ele vai ser um grande administrador " , disse Igor .

Em sua fala César Sabá falou que a noite era de agradecimento e de pensar no futuro. “ Esta é a noite mais importante da minha vida . É uma noite de agradecimento . É também o momento de pensar no nosso futuro”, falou César para um público atento a cada palavra do pré candidato do MDB.

César também fez questão de registrar que tá iniciando agora a batalha rumo ao pleito de outubro . " Começamos agora a visitar todos os bairros, todos os povoados levando nossa mensagem de mudança e compromisso. "Não tenho dúvida que no final seremos vitoriosos" , finalizou.Na opinião do jornalista caxiense José Ribamar Correia (Repórter Tempo/São Luís), que conhece como ninguém a atuação do presidente estadual do MDB, o ex-senador João Alberto de Sousa, sua visita a Caxias tem o condão de promover uma mudança radical e histórica no comando municipal do partido, além de lançar a candidatura do empresário César Sabá à Prefeitura da Princesa do Sertão.

Em sua análise, Correia diz: “O caráter radical e histórico da mudança de comando está no fato de que, depois de mais de três décadas, o MDB caxiense sairá definitivamente do controle do ex-prefeito Paulo Marinho e seu grupo. E mais: além de candidato a prefeito, César Sabá será, a partir de agora, o manda-chuva da agremiação no quarto maior e mais importante colégio eleitoral do Maranhão, onde o MDB nasceu pelas mãos do honrado médico e várias vezes deputado, José Brandão, um dos mais ativos líderes da resistência à ditadura no Maranhão.

Sob o comando de Paulo Marinho, o MDB também pontificou em Caxias, mas também foi vitimado por muitas controvérsias, que resultaram na sua completa fragilização. Com a decisão de tirar o braço caxiense do controle de Paulo Marinho, o comando do MDB dá um novo norte para o partido na cidade e na região.

O lançamento da candidatura de César Sabá a prefeito acontece no momento em que Caxias repercute a decisão do PCdoB de lançar a candidatura do deputado Adelmo Soares, com o apoio do Grupo Coutinho, para enfrentar o prefeito Fábio Gentil (PRB), que lidera as pesquisas. A cúpula emedebista aposta que César Sabá pode ter bom desempenho nas urnas como representante de uma terceira via”. 

Um novo poeta na constelação cultural de Caxias

Quando o nome da cidade de Caxias, no Maranhão, ecoa nas rodas de conversas pelo Brasil afora, mesmo no exterior, os interlocutores imediatamente remetem o pensamento a um rincão onde a tradição e o gosto pela literatura são predominantes, verdadeiro berçário da criação que se sustenta a partir da expressividade, no passado, de Gonçalves Dias, Vespasiano Ramos, Coelho Neto, César Marques, dentre outros, e, nesta contemporaneidade, com Salgado Maranhão.

No céu estrelado de Caxias, que não cessa de mostrar-se em brilho fulgurante, acaba de ser descoberta um nova estrela, cuja luz só agora pode ser vista em todos os seus espectros formidáveis, denominada Willams Maranhão Assunção. Aos 65 anos, com parentesco sanguíneo ligado ao poeta e acadêmico Quincas Vilaneto, WMA honra esta coluna, permitindo que a mesma faça, a partir desta e nas edições subsequentes, a divulgação do seu trabalho.

Querer bem

Willams Maranhão Assunção

Querer bem

é sentimento nobre

que poucos tem

Querer bem

é algo maior do que tudo

que se tem

Querer bem

é imaginar além

e amar aquém

do bem que se tem

Querer bem

é desejar bem

fazer bem

a quem convém

O querer bem

é desejar o bem

fazer o bem

sem olhar a quem

Querer bem

não cessa

não para,

não morre,

no vaivém da vida.


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