Sou espinho entre rosas
que são belezas no jardim;
abrigo ao pontiagudo perigo
em iminência contínua de ferir...
Sou veleiro errante num mar de calmarias
atracado em porto plácido;
mas, sob pesadelos de ventanias
e ressacas possíveis...
Sou foco que somente resplandece
sob a luz de estrela única;
advinda de céu cinzento
que só se enche de nuvens turvas...
Sou barulho que a se próprio ensurdece;
rendendo-se em sangue esvaído;
às quedas da moldura de carne
que ao álcool retornará...
Sou travessia destinada às mágoas
de mesmice acumulada;
quanto mais existida
mais e mais se embriaga...
Sou vasta tempestade negra
em íntima violência diária;
está sempre desvirginando
a singela despedida ao velório da solidão...
Sou mendigo pedindo permissão
à entrada da morada humana;
não pródigo sem rua para retornar
ao seu abandono...
perdão!
Instantes...
Há pouco tempo o sol e a lua se encontraram por minutos e, lamentavelmente, não se completaram em si próprios... pois, a natureza é a diversificada mãe dos astros...!
Abandono e solidão ...!
... teu silêncio e tua ausência invadem à minha alma e ao meu sentimento e se irmanam à leitura das páginas do teu livro. Sim, agora, sei os teus...
Oferta à vida
Haveria prata, ouro e diamantes,
se eu preferisse caminhar certo
pelos tortos e estabelecidos caminhos
pautados em tua ambiência.
mas,
vesti-me do nada
e rumei por veredas aziagas
do meu inferno existencial
a destruir ilações sobre nosso espaço.
Sentenciado
Inculpado, mas transformado num ser;
enfermo, desiludido e tão só…
sem horizonte a seguir e com inércia se alimentando de...
Perdão
Natureza e obra eternas,
unicidade ubíqua em
onipotência e onipresença,
— caí em tentações pecaminosas!
livrai-me de insidiosa luz do fogo.
mas não me deixeis nas trevas.
não sou digno de beber do vinho e comer do pão!
porém,
lavai-me as feridas com meu próprio sangue,
aliviai-me a dor para que sacie a minha própria fé,
e, então, salvai-me do que fui ao...