Nenhuns de mim
Vejam, há muitos alguns no meu eu nenhum...
enterrados no oráculo atemporal ao nada
múltiplos sem resultados ao mais
mas, inseparáveis ao menos!
Míseros sobreviventes por ser ou estar...
em alma de sentimentos e corpo de carne, sangue e osso
à inexistente complexidade inevitável
e necessária de também existir
Então,
Não encenas tuas porções...
pois, sem protagonista e ou coadjuvante
a cena da vida é o nenhum ato à morte
Se nenhum vier de ti a alguém...
outros te negaram a ninguém
baixa a cortina do palco ao teu espetáculo sem plateia!
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Noite ludovicente
São Luis, um beco escuro, um ladrão e eu...
ele – mãos ao alto; a bolsa ou a vida!
eu – consulte-as; ambas estão vazias!
Lembranças
Eras tu e teu pensamento cruel e frio, pois, pensavas em todas as outras pessoas - menos em mim...
e, cruel e frio, ao silêncio eu pensava, lembrava e gritava a ti - pensas e lembras de mim - aí, então, sentirás meu pensamento só em ti...!
Tripartite do ser
O quê é para ser falado
minha alma brada em voz.
O quê é para ser calado
minha atitude cala à...
O quê é para ser falado
minha alma brada em voz.
O quê é para ser calado
minha atitude cala à vós.
Ao quê não pode ser almejado
à minha razão desistiu de nós.
Eu nenhum...!
Preso às más circunstâncias escravizo-me em fugas
à procura do meu eu...
sem encontrar êxito ao afã,
multiplico as buscas pelo zero
à esquerda de mim...
Procura inútil...!
Aprisionado sim,
mas - vez em quando -
fujo da cela que há em mim procurando encontrar a solidão que a fuga me faz...
fugitivo me busco em outra ambiência solitária que essa...