O ser e a poesia advindos de mim
Minha poesia veste-me com essência sabedora ao interior de mim
E emudecendo meu grito ensurdecedor à negação que há nela.
É a prisão na qual sou condenado e estou
A extrapolar-me liberto à ambiência alheia.
É a imensidão em sal oceânico e chão cáustico, solitariamente, desértico...
É a diversidade de todas minhas linguagens artísticas sem plateia alguma...
É a obra que, humildemente, ofereço à humanidade...
É o ser a querer-se compartilhado a quem me necessitar...
Mas,
E meus versos?
- São partes extraídas de minha alma inteira a se mostrarem inibidas aos outros seres sem aceitação nenhuma!
O que é minha poesia?
É a somatória das imagens etárias; do passado encontrado no presente e escritas na negação imagética do futuro
Tal qual condenação unânime dos meus fazeres ao tempo
A obriga-me, fielmente, a mostrá-la em mim
Tal qual confissão ausente.
Testemunho mortal
Hoje
Em mim
Morreram muitos eus
Principalmente,
Aqueles que quiseram
Em vida
Serem teus.
Meu sentimento, minha poesia
Meu sentimento e minha poesia
São unidos na claridade de minha alma
Tal qual o sol ilumina o dia e empresta sua luz
À lua para iluminar a noite
A fim de renascer o tempo que insiste e persiste
Face à eternidade da vida
O meu pensamento na minha poesia
Nasce como a semente plantada na terra
Para germinar, brotar, frutificar e nutrir
Nossa existência necessária
Tal qual a fome da criação de um no outro
Se faz conhecimento através da viva tríplice (dádiva):
Amar o (livro) à (leitura) e criar (literatura)
Analfabetismo poético-editorial
Há em outros e há em mim
Poemas para o mundo ruim
Condenados ao desconhecimento profundo
Escondidos
Esquecidos
Sem algum encanto
Ganharam na gaveta do móvel só o canto
Profundo
Imundo
Quais enterrados à sepultura
Pois lhes fora negada a leitura
Nenhuns de mim
Vejam, há muitos alguns no meu eu nenhum...
Todos enterrados no oráculo atemporal ao nada
São os múltiplos sem resultados ao mais
Mas, inseparáveis ao menos!
Míseros sobreviventes por ser ou estar...
À alma de sentimentos e ao corpo de carne, sangue e osso
Ambos sob inexistente complexidade inevitável
E necessária de também existir!
Então,
Não encenas tuas porções...
Pois, sem protagonista e ou coadjuvante
A cena da vida é o nenhum ato à morte!
Pois,
Enfim,
Se nenhum vier de ti a alguém...
Todos os outros te negaram a ninguém
Baixa a cortina do palco ao teu espetáculo sem plateia!
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