Com as graças de Deus e seu perdão à minha teimosia em querer ser poeta, no decorrer deste ano de 2020, vou lançar em ambiências, tais como: Confraria do Cantareli e Café & Arte, dentre outras e, também, transeuntemente, às ruas da cidade colocarei à disposição dos leitores caxienses mais um livreto que, atrevidamente, o intitulei: Antologia Poética; em homenagem aos poetas: Déo Silva, Cid Teixeira de Abreu e Nauro Machado; com os quais tive convívios num processo de ensino-aprendizagem literário e humano, e, ainda, face à amizade minha com ambos eu os aprendi a admirá-los. Mas, há décadas, e, em vida, meus mestres e ídolos no gênero literário da poesia me presentearam com suas análises em relação à minha teimosia, em querer escrever a poesia que advinha de meu pupilo e aprendiz espírito poético. A seguir, vejam o quê escreveram sobre a minha poesia:
TEIMOSIA DE UM APRINDIZ
Déo Silva
O indivíduo sonhador Wybson Carvalho é um teimoso e perverso a si próprio face em cultuar a poesia como um exercício de sua existência, sobretudo, e, de seus sonhos que povoam dias e noites de turbulência e fantasias no espetáculo que o acordará para a eternidade da memória lida e escrita do seu esconderijo às paredes erguidas com o barro do seu tempo e, assim, sem dúvida alguma, um dia será poeta.
INTROSPECTIVA SOBRE O AUTOR
Cid Teixeira de Abreu
“Ad sum. Nole foras ire”.
Seriam meus dizeres sobre o livro de Wybson. “O ad sum”, estou presente, numa chamada em que se reclama à participação dos jovens uma presença mais atuante neste contexto cultural. Wybson nos assinala sua presença. Vigorosa, como convém aos jovens; telúrica como são forjados os poetas; intimista como é o ser dos jovens. “Nole foras ire”, a característica desta obra é o intimismo. Nada de divagações sobre o mundo exterior, lua, estrela e adjacências: e o possessivo sempre se faz na primeira pessoa. O existencial é a tônica constante, inda que o “coração/bate fora de mim”...
E Wybson se confessa no pronome pessoal da primeira pessoa: “tudo o que sou/ está morto num desejo inanimado” e mesmo quando pluraliza o pronome (“tu foste morrendo em nós”) é o poeta que busca. Na intimidade do seu ser ele encontra “estampado o erro da paisagem”.
Caxias ganha mais um poeta (já conhecido através de Neófitos da Terra, obra que não se pode mensurar, tendo em vista o que ela produziu em nós, de belo e audacioso numa terra que já não canta o Sabiá...).
Parabéns, Wybson; é através de nós mesmos que descobrimos “o que terá sido/ do nascido sem vida”.
O POETA WYBSON
Nauro Machado
O poeta Wybson é senhor de uma dupla abrangência: a da tradição que lhe antecede e resguarda o verso e a da vanguarda que, contemporânea de um processo sempre a advir, o impele à modernidade do canto.
Sem se intimidar com a tradição imposta por Gonçalves Dias, sabendo-a, como toda tradição, uma túnica a ser usada sobre outros ombros, e sem fugir às experimentações do novo, abrangendo-o pela rarefeição do moderno, Wybson consegue um equilíbrio entre o que foi e o que será.
Sobre aquilo que é, nesses versos que lhe são agora um ponto de onde seguir para mais amplos oceanos, constrói, ele, atualmente, um modelo inicial de engenharia imagética e de fazer lírico.
Seus versos têm, na síntese capsulada das imagens, um impressivo ritmo de urgência e imediatez: flashes momentâneos de um homem a revelar-se em angustia e pensamento pela necessidade do canto. Estes poemas, são a realidade arrancada de uma cidade que teima em cultuar o velho, sem apreender e dar vazão ao novo, que vive, contudo, graças a poetas como este Wybson, testemunha privilegiada de uma nova hora e de um mais amargo e, no entanto, maravilhoso tempo
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