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A morte de Teixeira Mendes


O filósofo caxiense Raimundo Teixeira Mendes era uma das figuras mais influentes do primeiro período republicano conhecido como República Velha, que vai da proclamação em 1889 até o ano de 1930. Uma das características desse período foi a forte centralização politica em torno das oligarquias regionais e a alternância de poder entre Minas Gerais e São Paulo, que resultou na política do ‘café com leite’. Mas esse período também tinha outras denominações, como ‘República da Espada’ (pelo grande numero de militares Presidentes) e ‘República Maçônica’ (Quase todos os Presidentes eram membros da Maçonaria). E no cerne deste meio militar e filosófico estava o Positivismo, um movimento tão fundamental para a instalação da república quanto a sua consolidação. Com o falecimento de Constant (1891) e Miguel Lemos (1917), Raimundo Teixeira Mendes se tornou líder da Igreja Positivista do Brasil e uma espécie de ‘porta voz’ dos ideais republicanos, um dos últimos representantes da velha guarda revolucionária. Tanto que, três anos após o seu falecimento, se encerrava a República Velha com a Revolução de 30.

Quando Teixeira Mendes faleceu na manhã de 28 de junho de 1927, todo o Brasil se rendeu em homenagens ao velho apostolo do Positivismo. O Senado declarara um voto de pesar, a Câmara dos Deputados diversas homenagens em sua tribuna, além de diversas sociedades civis, filosóficas e educacionais. No Maranhão, o Governador Magalhães de Almeida suspendeu o expediente nas repartições públicas e mandou colocar uma coroa de flores em sua sepultura.

As oito horas da manhã do dia seguinte, o cortejo fúnebre saiu de sua casa, o imóvel nº 120 da Rua Benjamin Constant, no bairro da Glória para o Templo da Igreja Positivista que ficava a poucos metros de sua residência. Feitas devidas homenagens, o féretro rumou para o Cemitério de São João Batista, onde seria enterrado. Ao passar em frente ao Palácio Episcopal, o Cardeal Arcoverde, junto de autoridades eclesiásticas, prestou novas homenagens ao falecido. Um grande número de admiradores do filosofo, além da sociedade em geral, acompanharam o caixão até sua morada final.

O registro fotográfico do funeral de Teixeira Mendes foi feito pelo fotografo oficial da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, Augusto Malta, responsável por boa parte do acervo fotográfico da Capital Brasileira naquele período. 

Após seu falecimento, todos os anos os membros da Igreja Positivista do Brasil, junto de familiares do filosofo positivista, iam até o seu jazido prestar as devidas homenagens em sua memória, declamando poemas positivistas e republicanos.

Raimundo Teixeira Mendes. Ao lado direito, uma de suas últimas fotos.

Esquife de Raimundo Teixeira Mendes na porta do Cemitério São Sebastião carregado por

familiares e membros da Igreja Positivista do Brasil. Fonte: Foto de Augusto Malta, Site Brasiliana Fotográfica.

Cortejo do esquife até sua sepultura. Fonte: Foto de Augusto Malta, Site Brasiliana Fotográfica.

Discurso de membros da Igreja Positivista do Brasil antes do descanso final em sua sepultura.

Fonte: Foto de Augusto Malta, Site Brasiliana Fotográfica.


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