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Em tempos de pandemia


Não se fala outra coisa nos jornais. Com toda a programação da TV em reprise, pois os artistas estão na quarentena, as únicas novidades que assistimos são as notícias jornalísticas nacionais e internacionais. E a única notícia é como o mundo está encarando o Covid-19 (Coronavírus). São Luís foi a primeira cidade brasileira a adotar o lockdown (confinamento obrigatório), onde apenas estabelecimentos essenciais devem funcionar. Medida adotada porque, mesmo com o número crescente de novos casos e mortos, ninguém parece respeitar a quarentena. Ainda assim, muitos aqui estão levando a vida na normalidade, transitando pelas ruas e locais de aglomeração sem o mínimo de prevenção como o uso de máscaras. Essa medida adotada pelo Governo de ‘fechar’ a região metropolitana de São Luís desagradou muita gente não só aqui, mas pelo Brasil afora, pois parece que outros governos também irão adotar essa estratégia para conter o avanço da doença.

Isolamento social é a bola da vez para o brasileiro odiar. Basta conferir nas redes sociais a quantidade de pessoas críticas a essas ações dos governantes em ‘tirar a liberdade’ de ir e vir. Uns discordam apenas por questões políticas-ideológicas, fiéis ao Presidente da República que sempre foi contra a quarentena. Outros por pura necessidade de conseguir o pão de cada dia. Mas também tem aquele que só quer ‘bater perna’ na rua. Tem de tudo nesse assunto.

Talvez o que está incomodando mesmo é a obrigatoriedade pois afastamento social já vivemos a um bom tempo.

Faz anos que nos afastamos das pessoas, mas ainda não percebemos. O celular é um dos responsáveis. ‘o celular nos aproximou das pessoas mais longe e nos distanciou das mais próximas’. Não recordo quem é o autor desta frase que sempre uso em minhas palestras quando o assunto é a cidade e o cidadão.

As crianças não brincam mais nas ruas, jogam bola no asfalto com chinelo fazendo a trave, correm de pega-pega na praça, sobe na árvore para pegar uma fruta ou passeia de bicicleta. Vivem com o aparelho celular na mão jogando algum game on-line com a turma dentro de casa. E você? Qual a última vez que passeou por uma praça, deu bom dia ao encontrar por acaso aquele seu colega ao virar a esquina e para manter os papos em dia foram ali tomar um café? Se faz tempo nem é culpa da pandemia.

O celular precisa ser carregado várias vezes ao dia para dar conta de tanto bate papo no whatsapp e comentários no Facebook. Cabe até tempo para brigar com algum desconhecido sobre política já que o futebol está parado. A novidade agora são as salas de bate-papo virtual onde podemos assistir um grupo de amigos por vídeo e áudio. Que maravilha, não? Parece até a vida real.

Sair de casa agora e ir à rua só se for de máscara e sem contato com ninguém. Mas não precisa avisar. Já fazemos isso quando saímos de casa, entramos em nosso carro e de lá só saímos quando chegamos ao nosso destino final. Todo um trajeto sem contato físico. E sair do carro? Já direto do estacionamento para outro ambiente fechado, ar-condicionado e pimba, olhar o celular para ver o que aconteceu na sociedade durante a viagem. 

Quer liberdade de ir à rua para quê?

Para continuar distante da sociedade? Permanecer recluso em grupos cada vez mais fechados, ignorando os problemas que nos cercam? Lavar as mãos com o que acontece no meio político e urbano? Manter o individualismo acima do coletivismo? Não querer repensar a forma da cidade e como ela vai se desenvolver daqui para a frente?

O mundo nunca mais será o mesmo. E os cidadãos começam a refletir como se dará a vida nas cidades daqui para frente.

E você? Como quer o futuro?


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