Neste 20 de agosto de 2020, comemora-se 175 anos do jornal Brado de Caxias.
Logo após a capital São Luís, foi Caxias a segunda cidade da Província do Maranhão a ter sua própria imprensa. O primeiro jornal a circular aqui foi A Crônica – Jornal Político e Noticioso, em 1833. Depois vieram O Justiceiro (1835) e O Telégrafo (1839). Após encerrar o turbulento período conhecido como Revolta da Balaiada, era necessário reerguer Caxias, destruída pela senha dos revoltosos. Era uma época de novas oportunidades com o fim do Período Regencial, iniciando o reinado do jovem Pedro II. Assim, surge o jornal Brado de Caxias, fundado por Cândido Mendes de Almeida.
Cândido Mendes, nascido em Brejo de Anapurús em 1818, veio ainda criança para Caxias onde concluiu seus estudos. Ao obter o titulo de Bacharel em Ciências Jurídicas e Socais em Olinda, retorna a São Luís, onde em 1841, aos 23 anos de idade funda o Jornal Maranhense, posteriormente renomeado para Publicador Maranhense. Entrando para a política, dedicou toda a vida a causa conservadora, defendendo a igreja católica e a monarquia. Assim, Cândido Mendes estabelece em Caxias o que seria o quarto jornal a circular na cidade. Ele adquire uma tipografia na capital e traz para a cidade, pelo Rio Itapecuru.
A primeira edição do Brado de Caxias – Trono e Liberdade é datada de 20 de agosto de 1845. Ele seria impresso na Tipografia Imparcial Caxiense, propriedade de João Cândido Leão, situada no imóvel nº 11 na Rua Augusta, atual Rua Afonso Cunha. Naquela tipografia poderia se assinar o jornal por semestre ou por ano. Outros municípios também eram recebiam o impresso caxiense via Correios, além de cidades no Piauí, como Poty (atual Teresina), São Gonçalo e Oeiras. A Tipografia seria vendida posteriormente para João da Silva Leite, que mudou o nome para Tipografia Imparcial, mudando também para diversos endereços.
Conforme seu cabeçalho, o jornal sairia uma vez por semana sempre aos sábados à tarde, embora aquela primeira edição tenha saído datada de uma quarta-feira. No segundo número do jornal a data mudara para toda quinta-feira, ficando assim até a edição nº 9, de 16 de outubro, voltando a ser publicado aos sábados até o fim daquele ano. Isso se deu devido ao impressor da tipografia, Satyro Antônio de Farias, ficar doente e ter de viajar até São Luís em busca de tratamento de saúde.
O jornal Brado era declaradamente Conservador, combatendo o que restara do Partido Liberal, conhecidos como os Bem-Te-Vis. Embora com essa linha política bem definida, o Brado foi pioneiro com publicações de poesias e prosas de ficção em suas colunas, na sessão Folhetim.
Já nesta primeira edição trazia a poesia ‘Ao Aniversário da Independência de Caxias’, de Gonçalves Dias, recitada no Teatro Harmonia no dia 1º de agosto daquele ano.
Entre seus editores, além de Cândido Mendes, estavam o próprio Gonçalves Dias e outros ilustres, como Frederico José Correia, Odorico de Mesquita e Fernando de Vilhena.
Este jornal circulou até 1846, quando Cândido Mendes fundara naquele mesmo ano um com o nome Jornal Caxiense.
Brado de Caxias foi um marco na imprensa caxiense e maranhense.
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