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Frederico José Corrêa: 203 anos


Desenho de Frederico José Correa.

Imagem: Academia Maranhense de Letras.

Nesta sexta-feira, completa-se 203 anos de nascimento de um dos ilustres nomes da cidade de Caxias, tanto no campo das letras quanto na advocacia. Seu nome é Frederico José Corrêa, nascido nesta margem do Itapecuru no dia 18 de dezembro de 1817. Recém elevada à categoria de Vila de Caxias das Aldeias Altas, o garoto Frederico assistiu aos seis anos de idade o movimento que abalou a cidade, a vinda do Major Fidié para impedir a independência do Brasil.

Frederico José Correa mudou-se para Pernambuco, onde obteve o título de Bacharel em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Olinda. Retornando a terra natal, foi residir na Rua das Flores (atual Rua Gustavo Colaço), sendo nomeado Juiz Municipal do termo de Caxias (1841/43), Delegado e Promotor Público. Foi ainda eleito vereador pela 10ª Legislatura, entre 1842 a 1846.

Sua paixão era as letras e poesias, tendo diversos de seus poemas publicados em jornais, inclusive do Rio de Janeiro.

Chegou de Caxias o Dr. Frederico José Correa, e vai aqui publicar um volume de poesias líricas, sob o título de Inspirações Poéticas. É mais um florão para a coroa da poesia brasileira, e uma reputação que se vai alçar até o pedestal em que se acham as dos Srs. Gonçalves Dias, Magalhães e Porto Alegre”. Assim noticiou a revista Iris – Periódico de Religião, Belas-Artes, Ciência, Letras, História, Poesia, Romance, Notícias e Variedades, publicada no Rio de Janeiro, em 1848.

Junto de ilustres, como Cândido Mendes de Almeida e Antônio Gonçalves Dias, foi um dos fundadores e redatores do jornal Brado de Caxias, fundado em 1845 e circulando até o ano seguinte.

Dr. Corrêa mudou-se para São Luís no final da década de 1840 quando assumiu o cargo de Deputado Provincial (1849 a 1855) onde chegou a Presidência da Casa. Militando na política pelo Partido Conservador, mas do lado moderado, foi ainda suplente de Deputado Geral (1857/59, sendo o titular Cândido Mendes). Foi ainda um dos Vice-Governadores do Maranhão (1860/66), onde chegou a assumir o Governo por quatro dias.

Na capital maranhense, participou de outros jornais, como Archivo, O Observador (1847, ao lado de Cândido Mendes e Sotero dos Reis) e Publicador Maranhense. Foi ainda Promotor Público da Comarca da Capital, Inspetor do Teatro Nacional de São Luís (1854); Procurador Fiscal do Tesouro Público (1869); Inspetor da Instrução Pública (1870).

Publicou cerca de oito livros, de críticas a poesias, como o poético Meditações (São Luís, 1874). O seu livro Um livro de Crítica, publicado em 1878, causou polêmica em São Luís, onde foi defenestrado dos círculos intelectuais da época. Isso porque ele fez uma crítica direta ao mito de São Luís como ‘Atenas Brasileira’, onde ¼ da cidade era analfabeta. O livro também é um ataque ao intelectual Antônio Henriques Leal e seu livro Panteon Maranhense.

Frederico José Corrêa foi um dos fundadores, ao lado de Cesar Marques, do Instituo Histórico e Geográfico Maranhense, fundado em 1864, em sua primeira fase. Foi membro ainda de diversas instituições, como: Sócio Honorário do Instituto Literário Maranhense (1859), Sócio Honorário do Ateneu Maranhense, Associação Tipográfica Maranhense, Santa Casa de Misericórdia, entre outras. Agraciado com o título de Cavaleiro da Ordem da Rosa, expedido por D. Pedro II.

Pertenceu a Maçonaria maranhense, quando esta sociedade buscava incansavelmente a liberdade do negro escravizado no Brasil. Lutando por esses ideais de liberdade, fundou em 1869, a Sociedade Manumissora vinte e oito de julho, que tinha como objetivo arrecadar fundos para a compra de alforria de filhos de escravos. Fio seu primeiro Presidente, tendo como Secretário o conterrâneo Cesar Marques.

Possui uma alma forte em um físico raquítico – seu temperamento nervoso e excessivamente irascível segregaram-no resto da sociedade”. Jornal O Pensador, São Luís, 30 de maio de 1881.

Residiu primeiro na Rua do Quebra Costas (conhecido depois como Beco da Pacotilha e atualmente Rua João Victal de Matos). Depois mudou-se para a Rua da Palma, no imóvel nº 26, onde passou pouco tempo. Em seguida fixou residência na Rua de Santana, imóvel nº 56.

Foi casado com Ignez Pessoa Correa, onde de sua prole veio José Augusto Corrêa, intelectual e poeta como o pai. José Corrêa foi um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras, com a Cadeira Nº 17. A Rua de Santana, onde a família Corrêa morava, passou a se chamar oficialmente Rua José Augusto Corrêa.

Trabalhou como advogado até os últimos dias de vida. Nosso ilustre conterrâneo faleceu em São Luís, em 28 de maio de 1881, deixando seu nome na eternidade do panteon maranhense.

É Patrono da Cadeira Nº 06, da Academia Maranhense de Letras, fundada por José Luso Torres; Patrono da Cadeira Nº 31, da Academia Caxiense de Letras, fundada por Jamil de Miranda Gedeon Neto.

Salve a memória de Frederico José Corrêa!

Parte da carta por qual o Imperador D. Pedro II, nomeia Frederico José Correa, Oficial da Ordem da Rosa, em 1855. Imagem: Acervo Digital da Biblioteca Benedito Leite.

 

Anuncio no jornal ‘A Revista – Folha Política e Literária’, de 04 de fevereiro de 1850.


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