No dia 07 de fevereiro de 1813, o português José da Mota de Azeredo, Desembargador e Ouvidor da Comarca de São Luís, instala oficialmente a Vila de Caxias das Aldeias Altas.
Surgida de forma espontânea no local em que servia de passagem entre o Maranhão, Goiás, Piauí e demais Capitanias, em que comerciantes, vaqueiros, padres e aventureiros usavam o Rio Itapecuru como principal meio de transporte, a futura cidade de Caxias se tornara o principal ponto do Maranhão, depois de São Luís, ainda no século XVIII. Esse aglomerado de colonizadores acabou criando um núcleo habitacional e comercial que atraiu a religiosidade e outros produtores, surgindo então um Arraial, que logo fora elevado à categoria de Julgado, com o nome Julgado das Aldeias Altas, em referência as aldeias indígenas que ficavam no alto dos morros que circundam a região.
Arraial e Julgado são termos políticos administrativos usados pela Coroa Portuguesa para um melhor controle e administração das áreas territoriais sob seu domínio. Cada um de acordo com sua população e número de habitações, onde quanto maior esse espaço, passariam a receber maior estruturação, como Juiz, Delegado e Câmara de Vereadores. Elevar uma localidade a Vila, era oficializar aquela povoação como a sede principal da região, onde o próximo passo seria a transformação em cidade.
Desde o final do século XVIII, muitos oficiais, militares e religiosos portugueses que passavam por aqui, destacaram em seus escritos a importância do Julgado das Aldeias Altas e a sua necessidade de elevação a categoria de Vila. Finalmente, o Príncipe Regente D. João assina o Alvará datado de 31 de outubro de 1811, onde eleva a localidade com o nome Vila de Caxias das Aldeias Altas. Pela primeira vez, aparece o nome Caxias, em referência e homenagem a Quinta Real de Caxias, um jardim urbano da família real na região de Oreias, Portugal. Passaram-se então mais de um ano até que a Vila de fato fosse instalada.
Naquele domingo, 07 de fevereiro, cerca de 800 pessoas se aglomeravam em torno da praça escolhida para o evento. O Desembargador José da Mota de Azevedo fez então a leitura dos ofícios reais que instalou a Vila e a Comarca. A Câmara Municipal, eleita no ano anterior, estava presente assim como o português Luiz de Oliveira Figueiredo e Almeida, primeiro Juiz da Vila. No fim do evento o Desembargador saldou sua Alteza Real em três vivas: ‘Viva o Príncipe Regente Nosso Senhor’. Gesto que foi repetido em voz alta pela Câmara e pelo povo. Para representar o novo poder administrativo e judiciário, mandou-se construir um pelourinho que serviria para a punição de criminosos, fato que não demorou muito depois deste evento.
O local em que ocorreu esta solenidade não é descrito pelo Tabelião na Ata Oficial. Apenas é citada como ‘praça’, e o local em que fora construído o pelourinho como ‘praça grande’, não ficando claro se era na mesma praça do evento daquele dia. É provável que a praça em que ocorreu a celebração de instalação da Vila fosse o Largo da Matriz, ponto principal daquele núcleo urbano e aonde estava a Igreja de N. Sra. Da Conceição e São José, então a construção mais importante da nova Vila. Quanto ao pelourinho, tem-se notícia de dois três em praças: no Largo da Matriz, no Largo da Carolina (atual praça do Panteon) e no Largo do Rosário.
Neste 07 de fevereiro de 2021, completa-se 208 anos da instalação oficial da Vila de Caxias das Aldeias Altas.
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