Um dos ícones da arquitetura luso-brasileira, o azulejo é até os dias atuais usados na construção civil, principalmente como peça decorativa devido a grande quantidade de opções de figuras e cores que podem ser usadas. O azulejo é um elemento arquitetônico cerâmico geralmente de forma quadrada, com uma das faces vidradas, garantindo sua impermeabilidade. Devido essa facilidade contra umidade e de fácil limpeza, era usado apenas nos ambientes internos dos imóveis, como cozinhas, corredores e varandas. De origem árabe, chegou a Europa durante a ocupação da Península Ibérica pelos muçulmanos (séc. VIII) e em Portugal (séc. XV), começou a ser empregado como peça decorativa de jardins, tornando-se então peças integradas a arquitetura.
Não há consenso entre historiadores se a técnica de revestir fachadas com azulejos surgiu em Portugal ou no Brasil. Os portugueses aqui residentes passaram a aplicar a peça cerâmica na área externa pois seria uma solução as paredes caiadas que sofriam com as fortes chuvas, além de garantir maior conforto térmico no interior durante o forte verão. O certo é que após o terremoto que devastou Lisboa (1755) e a necessidade de se reconstruir a cidade rapidamente, o azulejo passou a ser adotado nas fachadas dos imóveis. Daí, surgiu o interesse de decorar as casas com esse tipo de revestimento. De simples cores brancas, passaram a ser adorados em tons coloridos, formas geométricas e florais.
Embora ligada a arquitetura colonial, diversos estilos arquitetônicos fizeram uso do azulejo em fachadas, como o neocolonial, ecletismo. O Modernismo, com a ideia da formação da identidade nacional, baseada principalmente na arquitetura minera, fez uso do azulejo em suas fachadas, principalmente como painéis decorativos. No Brasil, na cidade de São Luís é onde se encontra a maior quantidade de casas revestidas com azulejo na América Latina, e tem o título de ‘Cidade dos Azulejos’.
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