Não é fácil ter empatia pela dor alheia. Pra isso, temos que entender e trazer para dentro de si, o mandamento cristão que diz: "Amar ao próximo como a ti mesmo". E isso claro, é bem difícil!
Como amar a vizinha fofoqueira, o colega de trabalho que nos tenta trapacear, o parente que nos oprime, o pseudo-amigo que nos suga em inveja, ou mesmo, aquela pessoa que simplesmente nosso santo resolveu não bater com o dela?! É barra!
Se não conseguimos, acho que não vale a pena intoxicar nossos dias, tentando forçadamente falsamente, imprimir um sentimento que em nós não encontra adubo, capaz de o fazer germinar.
Peço perdão para em parte reduzir o mandamento cristão que mencionei, mas, vejo que se não conseguimos amar o outro como a nós mesmos, podemos ao menos praticar para com ele, à empatia!
Praticar a empatia é se pôr no lugar do outro, buscar entender o que lhe causa dor e o que o faz ser da forma que é. Sempre há um motivo, e se há um motivo deve haver também um meandro de compreensão.
Um dia desses morreu um vizinho de rua; nem eu, nem minha mãe tínhamos contato algum com o mesmo, além de cordiais cumprimentações dadas ao acaso. E tal como sempre fez, minha mãe novamente me aconselhou a passar 7 dias corridos sem escutar música em casa, em respeito à dor da família enlutada. Isso é empatia, que por sua vez é civilidade, noção de humanidade, e claramente, valor cristão.
Ela a cada dia é mais precisa, pois vivemos e sentimos na pele um mundo mal, onde a dor alheia é palco de uma platéia sedenta por mais atrocidades, e minguada generosidade. Onde o aplauso soa falso e a vaia, verdadeira.
PUBLICIDADE