De onde está, será se Marília sabe que deixou uma saudade absurda?
Será que de lá escuta a sua potente voz, em todos os cantos, ecoando neste plano e, surpreendentemente, ainda deixando em polvorosa os números dos streamings, a cada lançamento?
De onde está, será que Marília enxerga nosso sentimento de chateação, ao vê-la partir tão cedo, mesmo tão jovem, forte, sã, e com tanto ainda pra viver e nos entregar?
Será que nos acompanha a cantarolar seus versos, reversos de nossos elos, de casos, causos e acasos de tantos por aí?
De onde está, quiçá Marília pegue uma caneta, escreva aquela tão sua letra que desvenda o íntimo feminino e a complexidade dos relacionamentos.
Será que sabe que 'Decretos Reais' desembrulhou e jogou ao relento o doloroso e homeopático processo de luto que nós, seus fãs, estávamos tentando superar?
Alegraria saber que emana até ela, a energia do cantar uníssono dos bares, dos encontros de amizade e das bebemorações da vida, toda vez que toca sua música.
Em gratidão, se certificaria que através de seu dom, impactou vivências, empoderou mulheres, desequilibrou machismos, colocou no palco o feminino, e em seu lirismo amoleceu até o mais árido dos corações.
Sem respostas ou certezas, nessa cachoeira que jorra lágrimas de uma saudade infinda, é que desejamos o Céu de Deus pra sua alma, e que nesse Firmamento esteja ela a compor e cantar com os Serafins.
Eterna Rainha.
Mendonça, Marília.
PUBLICIDADE