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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Covid-19 atemoriza a população de Caxias


A pandemia provocada pelo vírus Covid-19 chegou infelizmente a Caxias. Na última semana dois casos foram confirmados na cidade. Inicialmente a identidade dos testados positivos para a doença foi mantida sob sigilo, talvez para não causar pânico e amedrontar ainda mais a população que assiste pela mídia a expansão da perigosa enfermidade em nosso país e no mundo. E o temor não é pra menos. Para dar uma idéia da situação, quando redigimos esta coluna já são 2 milhões, 165 mil e 500 casos confirmados no mundo, 550.453 casos tratados e recuperados e 145.705 mortes.

Desfecho da luta de classes que se estabeleceu com a pandemia do

novo coronavírus poderá vitimizar fatalmente a população do país. 

No Brasil, a despeito das divergências de linguagem entre o governo federal, contra isolamento social, porque prejudica a economia, e os governos estaduais e municipais, a favor das pessoas ficarem em casa e comércio funcionando com restrições, os números estão sendo bem menores porque prevalece o ponto de vista da grande maioria dos governadores e dos prefeitos: 30.891 casos confirmados; 14.026 pessoas tratadas e recuperadas; e 1.952 mortes. Contudo, as autoridades médicas não tem dúvidas de que a pandemia entre nós está ainda em elevação e seu pico maior somente será alcançado no final de maio ou de junho, quando se espera que a doença venha a arrefecer.

No Maranhão, o último boletim divulgado às 19 horas dessa quinta-feira (16), registrava 3.676 casos suspeitos da gripe do novo coronavírus, 797 casos confirmados, 2.465 testes descartados, 96 doentes recuperados e 40 mortes. Caxias, mesmo possuindo apenas dois casos confirmados e dezenas aguardando testagem, mesmo sem nenhuma morte na região, viveu momentos de tensão ao longo da semana. 

No início circularam nas redes sociais boatos de que o médico Raimundo Porto Noleto e familiares haviam contraído a covid-19,  mas o ruído acabou desmentido contra a apresentação de exames com resultado negativo para a gripe. Depois, foi dado a conhecimento público que a própria secretária de saúde do município, Dra. Maria do Socorro Coutinho Melo, fora diagnosticada positivamente com a doença juntamente com o filho e, para piorar os ânimos, foi confirmado que o rapaz chegou a circular pela cidade mesmo com o conhecimento de que é portador do vírus, obviamente propagando a doença por onde passou.

A Secretária Municipal de Saúde, Socorro Melo, ao centro, juntamente com seus familiares, vivencia o drama da pandemia.

Ao se cientificar do caso envolvendo membro do alto escalão de sua assessoria, o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) ocupou a mídia para ressaltar que sua auxiliar, assim que se recuperar da enfermidade, sair da UPA do Pirajá, onde está internada juntamente com o marido, fará pronunciamento para se desculpar da falta que cometeu por ela própria não ter tomado as precauções pertinentes e exaustivamente divulgadas pelo órgão que dirige. Contudo, vazou nas redes sociais um áudio em que a secretária Socorro Melo, com a voz trêmula, deu conta do seu fragilizado estado de saúde por conta da doença. 

Convincente em seu raciocínio, a secretaria admitiu que inicialmente houve indecisão no diagnóstico, uma vez que os seus sintomas mais pareciam com os da febre chikungunya, onde a febre alta é acompanhada por fortíssimas dores por todo o corpo. Assim, só com o resultado do teste para covid-19, posteriormente, foi que a ficha caiu sobre si de forma dramática e despertou ainda mais suas preocupações com a propagação da enfermidade no município.

Segundo últimas informações, a secretária Socorro Melo, juntamente com seu marido, o empresário Plínio Melo, se sentindo muito cansados e com dificuldade de respirar, foram internados nesta sexta-feira na UPA do Pirajá, local especialmente reservado em Caxias para receber casos agravados da Covid-19.

A constatação do caso de negligência por parte da secretária foi alvo da ira de muitos que navegam diariamente nas redes sociais, justificável, convenhamos, até mesmo porque isso demonstra que as pessoas estão com medo de adoecer. 

Não obstante, o caso revela o nível de desinformação que os próprios médicos têm diante desse novo coronavírus, para o qual não existe ainda uma forma de tratamento formalmente estabelecida, muito menos vacina preventiva. Vivemos sob o impacto de um enigma, frente ao qual muitos doentes em estado grave estão escapando por pura sorte, reagindo com a admissão de coquetéis de medicamentos, onde a bola da vez é o remédio para malária cloroquina e suas derivações, administrados de forma empírica. Quer dizer: o que dá certo com um doente, pode não dar certo para outro.

Muitas pessoas  teimosas não estão levando à sério a política de isolamento social em Caxias.

Flagrante da semana diante da agência do Bradesco, à praça Gonçalves Dias.

Mas o mesmo ocorre nos demais bancos, sobretudo em dias de pagamento.

Enquanto isso, na contramão de todos que se preocupam com a propagação da doença, muitas pessoas, como que fugindo da realidade perigosa a que se expõem, continuam circulando normalmente e diariamente pelas ruas de Caxias, mesmo com as restrições de funcionamento impostas ao comércio pela prefeitura, através de três decretos, nos quais a premissa maior é fazer prevalecer a política de isolamento social no município. Chega a impressionar as longas filas que se formam diante das agências bancárias em dia de pagamento, talvez um dos vetores mais garantidos para o vírus se expandir na região.

Candidato à reeleição numa eleição que talvez não se realize no próximo dia 04 de outubro por conta da pandemia, o prefeito Fábio Gentil segue espantando a concorrência que o persegue na campanha, pontuando a toda hora falhas na administração, como a falta de vacinas contra a gripe H1N1 nos postos de saúde, um problema que na verdade é
bem que a prefeitura não tem os meios necessários para administrar uma pandemia, ele tem procurado tomar medidas preventivas no que tange a uma eventual elevação do pico da doença em Caxias.

Na última quarta-feira, por exemplo, ele interagiu com usuários da internet, pautando principalmente assuntos ligados à prevenção da gripe do novo coronavírus. Em forma de agradecimento aos muitos parceiros que o auxiliam colaborando para manter a ordem na cidade, disse: “Nós temos os policiais, todos os policiais militares; o pessoal do Exército, que está diariamente orientando as pessoas nas filas; temos o pessoal da Segurança Pública. Tudo que queremos é uma cidade feliz, uma cidade alegre que a gente resgatou”, ressaltou.

Por outro lado, Cabeludo também lembrou que Caxias tem realizado os testes, mas destacou que muitos municípios pequenos ainda não receberam os kits, que são enviados pelo governo federal. “Os municípios menores ainda não receberam os kits de exames. Os que estão chegando em Caxias estamos fazendo. Como Caxias é uma cidade pólo que trata a saúde pública de vários municípios, nós conseguimos junto ao Governo do Estado, ao nosso secretário de Saúde, os kits, e isto permitiu que chegássemos aos primeiros dois casos. Mas nós vamos continuar trabalhando e conduzindo o município para ajudar a nossa população”, afirmou.

Consolando ainda mais a sua imagem política, o gestor anunciou novas ações, sendo que uma delas é o aluguel com recursos próprios do hospital Centro Médico de Caxias por três meses. O local tem mais de 50 leitos para atender à demanda que venha a surgir para garantir a saúde dos caxienses e dos pacientes portadores da Covid-19 de toda a região.

Prédios públicos de Caxias agora têm rotina de desinfeção contra o novo coronavírus.

“A prefeitura entendeu a necessidade de alugar por três meses, podendo ser prorrogado, o Centro Médico de Caxias. Lá são mais de 50 leitos, apartamentos, para que tenhamos um local de isolamento. O Centro Médico será um ponto de apoio para tratar os possíveis portadores do vírus caso haja necessidade. Eu não vou esperar que aconteça para que a gente possa alugar. Nós fizemos uma economia, alugamos. Se Deus permitir, a partir de segunda-feira, 20, a prefeitura vai montar uma estrutura dentro do Centro Médico”, afirmou Gentil, destacando em seguida que entrou em cena  uma nova rotina de desinfecção sanitária nos prédios públicos da cidade, e também a determinação de mandar confeccionar cerca de 1,5 milhão de máscaras para serem distribuídas brevemente à população caxiense.

A pandemia do novo coronavírus traz consigo outras mazelas que não se restringem ao trato médico e são altamente prejudiciais a toda a população. As fakenews, por exemplo, estão sendo muito divulgadas em Caxias e causam muita desinformação, comprometendo o serviço de quem está envolvido no trabalho de combater a Covid-19. Nesse mister, os canais oficiais da Prefeitura de Caxias têm sido as únicas fontes confiáveis.

No âmbito estadual, o governador Flávio Dino garantiu a compra de 107 respiradores e 200 mil máscaras, adquiridos da China, para reforço no combate ao coronavírus. Consta que o governador fez uma operação de guerra para assegurar que outros países e também o governo brasileiro ficassem com a carga. Há esperança de que alguns respiradores venham para Caxias.


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