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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Pandemia força legislativo a trabalhar de forma remota no início de 2021


O presidente da Câmara Municipal de Caxias (CMC), vereador Teódulo Aragão (PP), declarou, nesta quinta-feira, 21, que as sessões ordinárias do legislativo caxiense, a serem retomadas no próximo dia 03 de fevereiro, abrindo a 19ª legislatura, serão realizadas de forma remota por causa da pandemia do novo coronavírus que ainda se faz presente no município.

O vereador ressaltou que toda a bancada renovada de vereadores caxienses estava otimista em participar da sessão inaugural da legislatura, assim como das reuniões semanais seguintes, presencialmente. Contudo, como representantes do Poder Legislativo Municipal, os próprios parlamentares, sentindo que há perigo da pandemia crescer e inviabilizar o atendimento da população nos hospitais da cidade, têm que dar exemplo, cumprindo à risca o que prescreve a legislação municipal em vigor. 

A decisão do presidente do legislativo caxiense está referendada inclusive na última resolução homologada na CMC, em julho de 2020, que modificou o parágrafo 6º do artigo 70 do seu regimento interno, para autorizar que em momentos de pandemia, epidemia, desastres naturais e todo e qualquer acontecimento que impeça a realização presencial das sessões ordinárias, na sede da câmara de vereadores, a mesa diretora realize sessões remotas no horário mais conveniente enquanto durar o período de impedimento.

“Como ainda está em pleno vigor também o decreto municipal que estabeleceu Estado de Calamidade Pública em Caxias (Decreto nº 143, de 21/03/2020), assinado pelo prefeito Fábio Gentil (Republicanos), reconhecido inclusive pela Assembleia Legislativa do Estado, para fins de prevenção e enfrentamento à covid-19, além de medidas de isolamento social, a Câmara de Caxias iniciará seus trabalhos em 2021 de forma remota até que a chefia do Executivo restabeleça a normalidade, flexibilizando o funcionamento de todas as atividades no município”, explicou o presidente da CMC, ressaltando que as sessões poderão ser acompanhadas virtualmente pelo público, através do site da CMC e por plataformas digitais.

A desconcertante vileza humana

A história da civilização humana é pródiga de exemplos dignos de elogios e de admiração, e tem sido assim ao longo de milênios, porque se tal não tivesse acontecido não estaríamos agora escrevendo a respeito. Mas seria de muita ingenuidade ignorar que a vida humana também produziu muita coisa ruim, a exemplo das revoluções e das guerras que ceifaram a vida de milhões de pessoas, a exemplo da última em grande escala, cerca de 70 anos atrás, com os tristes acontecimentos da segunda guerra mundial; antes com a queda da bolsa de valores de Nova York, em 1929; depois com a guerra fria, que durou de 1947 a 1991,  até à queda do regime da União Soviética; seguindo-se, cronologicamente, aos atentados de 11 de setembro de 2001 e, por último, a crise financeira global de 2008, que até hoje provoca arrepios nos mercados financeiros em todo o planeta.

Não há dúvida de que essas grandes crises, por algum momento,  desnortearam a humanidade. Mas, passado o furacão, como se diz popularmente, puderam ser observadas também como um legado de consequências positivas para a política, a ciência e a vida econômica dos povos, que assim se tornaram mais capacitados para superarem as adversidades que em dado instante pareciam intransponíveis. No entanto, se é assim, se nossas ideias vão nesse sentido, porque muitas pessoas hoje concorrem para o retorno de regimes totalitários, politicamente organizados à direita ou à esquerda, mesmo que a história enquadre esse antagonismo entre as maiores desgraças que se abateram sobre a raça humana, modelos nunca mais a ser repetidos?!

Afinal de contas, de nossos tempos contemporâneos não faltam exemplos, e basta citar: o fascismo de Mussolini, de Franco e de Salazar,  na Itália, na Espanha e em Portugal, respectivamente; o nazismo de Hitler, na Alemanha; a União Soviética, de Stalin, a Cuba, de Fidel Castro, a Coréia do Norte, de Kin Jon-Un, o Vietnam, a China Popular, de Mao-Tsé-Tung.

Os regimes abraçados pelos países acima citados restringiram ou restringem ao máximo a liberdade de seus cidadãos, com a desculpa de pôr freio à corrupção que imperava em seus domínios, causa maior de todos os males. Entretanto, com o passar dos anos de atuação, cada um deles, em maior ou menor grau, acabaram demonstrando uma recaída para as antigas inclinações, fator que culminou em suas dissoluções, ao ponto de somente estarem de pé, hoje, o Vietnam, Cuba e a China. Os dois primeiros sobrevivendo em situação difícil, enquanto a enigmática China assombra o mundo com sua pujança econômica, muito embora seu povo não usufrua da melhor parte da equação.

 Por sua vez, os Estados Unidos da América, que hasteou a bandeira e se tornou o farol da liberdade para o mundo, ao longo de muitas décadas e décadas a nação mais rica do planeta, agora também dá mostras que vem sofrendo de uma enfermidade que lhe corrói as entranhas de modo voraz e que precisa ser urgentemente tratada para recuperar a saúde. O extinto governo do ex-presidente Donald Trump (Republicanos) escancarou de uma hora para outra o que o mundo não sabia e os americanos vivenciam muito bem no seu dia-a-dia: a predominância na sua sociedade dos preconceitos de etnia, raça e cor que sobrevivem por todo território norte-americano.

Como explicar que certos lugares do mundo sejam tão adiantados e ao mesmo tempo tão atrasados no modo de pensar e ver as coisas?!! Parece incrível, mas o dilema converge fortemente para aceitar-se que a humanidade, mesmo premiada com tantos recursos naturais e tecnologias que possibilitam gozar bem a vida, possui segmentos que insistem em cultivar, individualmente ou em grupo, a indiferença diante do infortúnio do próximo, ao mesmo tempo em que abrem espaço para a ambição desregrada de possuir o que estiver ao alcance, mesmo que todas as burras já estejam bem cheias e abarrotadas.

Poderíamos resumir que tal fenômeno decorre do nível de corrupção que persiste na humanidade. Mas é uma situação que na verdade está intimamente ligada com os dois fenômenos citados em nível tão elevado que as pessoas atualmente não vacilam em praticar toda espécie de artimanhas para sustentar seus privilégios em prejuízo do seu vizinho, dos seus amigos e até de seus familiares.

Olha-se para os programas da TV e lá assistimos que o crime de feminicídio virou moda. Nos noticiários, praticamente todos os dias há imagens que mostram assaltantes escolhendo vítimas ao acaso nas ruas para roubar-lhes os pertences e até a vida. O psicopata que agride sua companheira por ciúme doentio, assim como o bandido que prefere levar uma vida marginal, não se contentam somente em externar que têm coragem de praticar covardia, mas porque se julgam privilegiados e merecedores de aplauso e respeito nos grupos dos quais fazem parte.

O combate a essas e outras ações ruins passaram a fazer parte do cotidiano das autoridades, que claramente estão perdendo força diante do poder de um estado criminoso paralelo movido sob o comércio de drogas, que só cresce em todos os quadrantes do país.

Por conta de tal estado de coisas, o brasileiro preferiu escolher nas últimas eleições presidenciais um nome que não tivesse ligação alguma com essa realidade. Era o certo a fazer? Era. Mas não precisávamos colocar em Brasília alguém com tão pouca experiência e sem empatia com a sociedade, que preza somente suas convicções sem se importar com a vida do próximo, como se todos os brasileiros, até prova em contrário, já nascessem contaminados com a corrupção e boa parte tivesse que ser extirpada da vida.

Neste momento, os brasileiros, os maranhenses, os caxienses, vivenciam os efeitos de uma catástrofe sanitária pandêmica que se abateu sobre o país (já perdemos mais de 211 mil vidas), e, mesmo assim, em meio a tanta dor das famílias que vêm perdendo diariamente entes queridos, há indivíduos que se aproveitam da situação com o único propósito de lucrar com a doença.

Em Manaus (AM), onde pessoas continuam morrendo de Covid-19 em larga escala todos os dias, a preocupação maior, em razão da alta demanda, é com o desabastecimento de oxigênio dos hospitais, dificuldade que amplia o clima de desespero tanto de familiares das vítimas internadas quanto do pessoal médico que as assistem. Ainda assim, mesmo com esse clima aterrorizante, estamos a assistir, perplexos, a polícia intensificar diligências diárias para descobrir quem faz estoque dos preciosos tubos com o elemento vital, para lucrar com a especulação.

Por outro lado, enquanto muitos ignoram irresponsavelmente a presença da doença que não tem tratamento, com a desculpa da pandemia, vivencia-se uma alta desenfreada do custo de vida, de elevados preços da carne de boi, de porco, de frango, e até mesmo de vísceras, que é repassada à população na cotação do dólar do dia. No mesmo ritmo, constata-se também que está havendo remarcação rotineira dos preços do arroz, do feijão, do óleo de cozinha, de verduras e frutas, nos supermercados e mercearias, sem falar no custo elevado de materiais cobrados na área da construção civil, que ora fazem a alegria desavergonhada de todos os comerciantes do ramo.

Entretanto, o cúmulo dessa falta de freios não está restrito apenas entre os itens citados acima, pior está ocorrendo com os medicamentos da farmácia, que toda semana vêm sendo diligentemente remarcados. Uma triste lembrança para as pessoas que estavam lúcidas na década de 1990, e sentiam na pele os graves efeitos danosos da inflação de três dígitos que campeava no país. Vamos esperar para ver até onde esse descalabro vai, depois de cessado, agora em janeiro, o pagamento do auxílio emergencial que vinha sendo distribuído à população mais submetida a risco social por causa da pandemia.

Contudo, a semana chega ao fim com a notícia feliz, enfim, de que as vacinas contra a Covid-19 já estão sendo distribuídas pelo mundo afora, e que um novo clima de esperança tomou conta das nações. Aqui, em Caxias, nosso torrão, o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) já recebeu o primeiro lote que foi reservado à cidade pelo Governo Estado.

O lote é pequeno, pouco mais de duas mil e quatrocentas doses da vacina CoronaVac, utilizado para imunizar preferencialmente idosos portadores de comorbidades nos asilos e o pessoal de saúde diretamente envolvido no tratamento da pandemia nas unidades de saúde instaladas no município.

A expectativa agora é saber ao certo quando chegarão mais vacinas e sua distribuição escalonada para toda a população caxiense com mais de 18 anos, a partir das pessoas enquadradas nos grupos de risco. Mas isso depende das gestões que nosso governo federal, até então descrente da doença, está fazendo agora junto a países como a China, a Índia, para trazer mais rapidamente os insumos necessários à produção em larga escala da nossa própria vacina, uma vacina brasileira contra o nefasto coronavírus.


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