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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

Na iminência de um lockdown?!!!


A cidade amanheceu nessa sexta-feira (9) sob manifestação de movimentos de classe no centro histórico, sobretudo no entorno da praça Magalhães de Almeida (Panteon), onde estão assentados dois dos poderes constituídos do município, ou seja, a Prefeitura e a Câmara de Vereadores. A mobilização intempestiva é de grupos de servidores públicos, como professores e muitas outras categorias profissionais da cidade, através do SINTRAP. A pedida da hora é que, em face do número crescente de óbitos, 17 no espaço de nove dias, e os casos de infectados da pandemia que continuam a ser registrados diariamente, o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) venha a tomar a decisão de fechar totalmente a cidade pelo prazo de 15 dias, consumando um indesejado lockdown para empresários e comerciantes.

Convivendo desde o ano passado e nos últimos meses no olho do furacão da crise sanitária da pandemia do covid-19, o prefeito Fábio Gentil (Republicanos) talvez ceda desta vez ao grito uníssono de todas as pessoas que têm responsabilidade, prezam e valorizam a vida em Caxias. Afinal, ninguém mais do que ele conhece de perto o alcance dessa letal enfermidade no seio das famílias caxienses. Por conta dela, já perdeu o próprio pai, o saudoso deputado Zé Gentil, vem perdendo amigos, como os jovens Tardeli Pedroza, o veredor Uaryní Cavalcante e o poeta Francisco de Assis Carvalho da Silva Júnior (Carvalho Kúnior), vitimados, todos três, com pouco mais de trinta anos de idade, e agora também está obrigado a lutar com unhas e dentes para resgatar o irmão mais velho, o secretário de finanças Talmir Rosa, há muitos dias entregue, sob o manto de muitas orações, aos cuidados dos profissionais que trabalham nas unidades de tratamento intensivo dos hospitais.

Por mais que reconheça a razão dos comerciantes, a necessidade de manter de pé a economia local, o fato é que Cabeludo tem que decidir nos próximos dias o destino da cidade. A situação não pode continuar seguindo como está. Ninguém aguenta mais conviver com tanto temor e a se precaver indefinidamente. É bem verdade que as vacinas, mesmo em ritmo lento, já estão chegando a Caxias. Ao longo da semana estão sendo atendidas, com a primeira dose, as pessoas com mais de 65 anos. Mesmo assim, a estatística fria nos mostra que o número de internados em tratamento está sempre acima 80 pessoas por dia, número próximo do limite da capacidade de internação aqui na capital do leste do Maranhão.

Os manifestantes pressionam que o prefeito faça uso dos recursos que estiverem disponíveis no caixa da prefeitura, inclusive dos específicos para a área da saúde, para distribuição em auxílio emergencial aos segmentos mais vulneráveis e sem trabalho pela cidade. A sugestão é que a medida acompanhe o que já está programado pelo governo federal e o governo do Maranhão. Contudo, mesmo no intento de salvar vidas, um eventual uso inadequado de receitas pode levar o município à bancarrota e insolvência, a ponto de levar eventuais agentes ao banco dos réus, sem falar em destruição total de carreiras políticas.

Do último mês de março para os primeiros dias de abril, o poder público do município vem suspendendo semanalmente as atividades presenciais nos seus mais diversos órgãos, como forma de favorecer a política de distanciamento social no contexto da sociedade caxiense. A Câmara Municipal, sob a batuta de presidente Teódulo Aragão (PP), tem se solidarizado e acompanhado as decisões nesse sentido que emanam da prefeitura. Mas, ainda assim, com o franco funcionamento do comércio, as pessoas insistem em transitar por qualquer coisa na cidade. Nos bancos, então, quando se observa a formação diária e diuturna de enormes filas, a sensação é a de que a doença nunca será contida em Caxias, já que o sistema bancário é muito falho em proporcionar caixas de atendimento automático pela cidade. Em bairros populosos como a Cohab, o Ponte, o Seriema, o Cangalheiro, por exemplo, não há um só desses postos de atendimento, o que é um verdadeiro disparate para uma cidade do porte de Caxias, em que vivem cerca de 180 mil pessoas.

Óbvio que fechar uma cidade, subterfúgio mais garantido pelas autoridades sanitárias para conter uma doença pandêmica, não é certamente uma decisão que vá agradar a comunidade como um todo. Mas, em vista dos acontecimentos, da incrível incapacidade de raciocínio lógico de muitas pessoas em não se preservarem, não será surpresa de que algo do gênero esteja sendo tecido para muito em breve nos bastidores do poder caxiense.


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