PUBLICIDADE

Responsive image

Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

O foco ainda é a pandemia


Semana bastante produtiva na Câmara Municipal, com os parlamentares fazendo muitos requerimentos para atender demandas da comunidade; indicações, recomendando a elaboração de projetos de lei para o executivo, no intuito de dotar o município de novos mecanismos para torná-lo mais moderno e atualizado; aprovando projetos de lei encaminhados pelo poder executivo, e participando da realização de mais uma palestra virtual no âmbito da Campanha Maio Laranja, de enfrentamento ao crime de abuso sexual a crianças e adolescentes em Caxias.

É evidente que, com sua bancada renovada em dois terços na última eleição, trazendo para a seara política jovens com mais preparo e conhecimento sincronizados com a atualidade, o legislativo tinha mesmo que estar aflito para mostrar serviço, dado que é natural da juventude essa espécie de força incontrolável para romper paradigmas e anseios. E não há mesmo como desmerecê-la, pois tem sido assim desde que a civilização se tornou um fato comum no mundo.

Corajosamente, em meio a uma pandemia que continua ceifando vidas e que não mostra sinais de arrefecimento, os edis caxienses podem ser vistos com muita regularidade pelas ruas, pelos bairros, e também pela zona rural, checando reivindicações da comunidade, assumindo frentes de trabalho e mesmo propondo medidas que julgam mais apropriadas para solução das demandas.

Em tempos de vida normal, a iniciativa seria muito louvável, digna de aplausos, e aos pessimistas só restaria resmungar que o grupo não estaria fazendo mais do que a sua obrigação. No entanto, essa vontade de trabalhar, demonstrar o esforço pessoal, como a dizer que estão para fazer a diferença entre a política de antes e a de agora, vislumbrando um futuro diferente para o município, esbarra na presença de um fenômeno invisível, mas com forte presença em cada um de nós, que é a ansiedade, o desejo incontrolável de vencer essa doença a qualquer custo, para nos sentirmos realmente livres.

É verdade que a vacinação já está em curso, alcançando as faixas etárias estabelecidas como prioritárias, como idosos, portadores de comorbidades acima de 40 anos, e agora alcançando também servidores municipais e estaduais ligados aos setores de segurança, limpeza, saúde e educação. A aplicação das vacinas, se possível, de forma mais célere, é a ação maior que não sai da cabeça dos gestores, isso porque sabem que é o ponto de partida para retomada da combalida economia em todo território nacional.

Enquanto isso, parece que muita gente acorda todo dia como se o sono ruim não passasse de um pesadelo,  e o pensamento pudesse reprimi-lo facilmente com a presença da luz do dia. Mas a grande verdade é que todos estamos sendo vítimas da ansiedade que se nutre do isolamento social, uma praga que todos também queremos extinguir. E aí, não há porque criticar quem se arrisca nas baladas, procura bares para espairecer...Em suma, botam para fora de si o desejo de se libertar do maldito vírus, muito embora a realidade seja bem dura e pior. Fiscalizar e pedir por uma conscientização maior, talvez ainda seja o melhor remédio.

A vacinação, mesmo a passos lentos e sofrendo interrupções, aqui e acolá, porque os imunizantes não são suficientes, coadjuvados por informações do tipo “a China não mandou ainda”, “estão faltando insumos”, “o governo federal perdeu muito tempo para contratar vacinas”, leva-nos a situações que provocam mais ansiedade, a exemplo das aglomerações nas filas, verdadeira luta por duas doses da vacina ou do minguado auxílio emergencial.

Neste meio tempo, onipresente, inalcançado pelo vírus, porque agora é mais composto por máquinas, o sistema bancário do Banco do Brasil, visando um lucro que acabará não servindo para ninguém, fecha agências, reduz o espaço de atendimento para as pessoas, em detrimento da presença do vírus, que agradece, pois as aglomerações são o seu melhor berçário.

No âmbito da arte da política, dois posicionamentos mostraram lucidez no espaço dos últimos sete dias, diante da dura realidade que estamos vivendo. E os protagonistas foram o vice-prefeito Paulo Marinho Júnior (PL), na sexta-feira passada, durante uma entrevista na TV, e o vereador Teódulo Aragão (PP), presidente da Câmara, na última segunda-feira, 17, durante a sessão ordinária do legislativo municipal.

Em essência, os dois disseram a mesma coisa: que não é hora para pensar-se em política; que o foco, agora, ainda é a pandemia; e que assuntos relativos a eleições devem ficar para o próximo ano.

Lógico, que a classe política não irá enfiar a cabeça no saco e aguardar por dias melhores. As tramas, as disputas, os acordos, irão continuar sendo tecidos por baixo dos panos. As reivindicações da classe à gestão municipal, inclusive, podem até merecer um ou outro investimento inadiável, porque o que há de concreto é que a máquina do governo do prefeito Fábio Gentil (Republicanos) continua firme no enfrentamento da pandemia.

E não poderia deixar de ser. Durante a semana, o setor de tributação da prefeitura teve que ser desinfetado porque seis servidores testaram positivo para a doença. Por outro lado, a notícia ruim, de que uma temida variante indiana mais agressiva do coronavírus aportou em São Luís, trazida pela tripulação de um navio chinês que veio buscar ferro, depois de ter passado pela Malásia e a África do Sul, certamente deixou a comunidade médica brasileira e os governantes mais apreensivos, temerosos de que ela possa também se estabelecer por aqui, infelizmente, porque ainda não há vacina para todos os brasileiros.

No mais, reconhecer também o empenho do nosso conterrâneo, o secretário de Estado Catulé Júnior, que, aliando-se ao esforço do prefeito Fábio Gentil, se mostrou incansável em sensibilizar o governador Flávio Dino (PCdoB) a realizar agora alguns investimentos em Caxias, brindando-nos com a reforma da avenida Beira-Rio, à margem direita do querido rio Itapecuru; brevemente a instalação de um restaurante popular para beneficiar a população mais vulnerável; e a inclusão de 800 caxienses do cadastro único no programa Minha Casa Melhor, no qual o beneficiado faz jus a 600 reais para compras no comércio local, totalizando um investimento direto de 480 mil reais na economia do município.


Comentários


Colunas anteriores

A separação do joio, do trigo...

Que o agronegócio já é uma realidade em nossa região, ninguém duvida. E levas e mais levas de imigrantes estão chegando todos os dias a Caxias, estimulados pela existência de terras vendáveis a custos bem mais baixos dos que são encontrados no Sudeste e no centro do país. Assim, de certa forma, pelo menos do ponto de vista de quem chega por aqui, compensa a falta de uma infraestrutura mais consistente para receber tais...
Continuar lendo
Data:23/04/2024 20:37

Clima de indignação

O clima, nesse instante, é de indignação no seio da intelectualidade caxiense, diante da constatação de que uma trama está em curso para retirar as instalações do complexo ferroviário da cidade (antiga estação de trens), renovadas e prestes a ser inauguradas muito brevemente, do controle do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGCx). Se esse gesto malévolo se consumar, haverão...
Continuar lendo
Data:15/04/2024 17:25

O quanto a má política é ruim para Caxias

Quando mostramos posição diante de certas situações equivocadas e prejudiciais que estão acontecendo em Caxias, no atual momento, logo somos confrontados por pessoas que, sem se preocuparem com qualquer tipo de avaliação, deixam-se levar por aleivosias via de regra plantadas por marqueteiros com a clara intenção de favorecer os que detém o poder político e administrativo no município. Esses partidários do...
Continuar lendo
Data:08/04/2024 15:36

PUBLICIDADE

Responsive image
© Copyright 2007-2019 Noca -
O portal da credibilidade
Este site é protegido pelo reCAPTCHA e pelo Google:
A Política de Privacidade e Termos de serviço são aplicados.
Criado por: Desenvolvido por:
Criado por: Desenvolvido por: