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Sílvio Cunha

Caxias, Política e Sociedade

A hora da credibilidade


O presidente da Câmara Municipal de Caxias, vereador Teódulo Aragão (PP), adiou  o sonho do legislativo funcionar em outro prédio próprio, mais moderno e de acordo com os novos tempos da política caxiense, decidindo realizar uma reforma na sede centenária que há bom tempo abriga o poder no município. Pressionado pelas dificuldades econômicas que tomaram conta do país, por causa da pandemia, que afetaram também a máquina do serviço público, o presidente não viu outra alternativa e determinou a execução de serviços na CMC dentro de contenciosa planilha de gastos, no interesse da casa funcionar mais a contento para seus servidores e para a população.

Nos últimos dias houve substituição de piso na área do pátio interno que abriga o gabinete dos vereadores, pintura geral, substituição de portas danificadas, renovação nos toaletes e instalações elétricas, e o plenário deverá recuperar a capacidade de seus condicionadores de ar, os quais, em razão do tempo de atividade em funcionamento, já não mais correspondiam ao conforto esperado, sobretudo nos períodos mais quentes do ano, como ocorre nesse momento.

A reativação do auditório Dr. Marcelo Thadeu de Assunção, localizado ao fundo do pátio interno, será outra novidade, ainda mais porque o espaço está sendo preparado para receber um elevador que permitirá acesso a pessoas com deficiência. O  anexo dará mais comodidade ao trabalho das pautas relacionadas às comissões permanentes da casa, mas será importante também para o legislativo dar sequência à sua nova política de estreitamento de laços com a comunidade, facilitando a realização de audiências públicas e de palestras de interesse da população que ora acontecem nas dependências do plenário, local das sessões legislativas e solenes.

Com tantas obras em andamento, estima-se que as atividades do legislativo só venham a ser retomadas depois de 12 de outubro, feriado nacional dedicado a Nossa Senhora Aparecida, a santa padroeira do Brasil. 

Coincidência ou não, o fato é que a paralisação da CMC coincidiu com o momento nevrálgico de uma crise política que estava em andamento, provocada, talvez, pelo estresse de interesses prejudicados pela pandemia que, ao se sentirem mais aliviados com o recrudescimento da crise sanitária que praticamente congelou a economia do município e em razão de muitos compromissos assumidos e prolatados amiúde, irrompeu com força total dentro do Palácio da Cidade.

Com toda a população caxiense praticamente vacinada contra a COVID-19, e com a imunização já sendo oferecida em nível de terceira dose para quem tem mais de 60 anos, a apreensão sobre a saúde que havia e ainda está sendo levada muito a sério pelo poder público do município mudou rapidamente para a solução das demandas reprimidas, e o resultado é que agora as reivindicações pululam, não somente no perímetro urbano, mas em todos os quadrantes do município. 

Ninguém se preocupa mais com a proliferação do perigoso vírus que ceifou mais de 420 pessoas em Caxias nem leva em conta o esforço hercúleo da gestão municipal para salvar vidas, num contexto onde até muitos parentes e amigos foram perdidos. O que importa, agora, é saber como as coisas irão se rearrumar, quem vai receber primeiro os contratos vencidos e para onde irá caminhar a política do próximo ano, tido como decisivo  ao processo de mudanças que está em curso no município desde as eleições de 2016.  

Acompanhando com diligência os últimos fatos, a oposição fragorosamente derrotada no último pleito se aproveita da situação para faturar em cima das reivindicações populares, deixando atônitos e muitas vezes sem rumo os agentes políticos que tem trabalhado muito para organizar uma pauta de eventos realizáveis pelo poder executivo.

Sentindo a chegada do período eleitoral, incursões levando obras infraestruturais em áreas de atuação do poder público rivalizam abertamente o poder democraticamente constituído pelas urnas, não a título de resolver os problemas dos trabalhadores e proprietários rurais, mas para simplesmente desmoralizar a gestão, uma vez que, sem a responsabilidade de cuidar todos, a preocupação é de apenas reocupar um espaço perdido por conta de muitos desgastes e ineficiência.

Não obstante, em meio ao palavreado exacerbado nas redes sociais, vozes se sobressaem alertando sobre os cuidados de se manter uma agenda voltada rapidamente para atender os interesses mais caros da comunidade, como os cuidados com a saúde, a assistência social e a agricultura, a preocupação com a melhor forma de retorno das aulas presenciais nas escolas públicas da rede municipal, a valorização dos professores, a recuperação das estradas vicinais, a retomada do transporte e da merenda escolar, fatores considerados vitais, não só para reerguer a economia do município, mas também para alcançar sucesso na campanha eleitoral do próximo ano.

Políticos mais experientes já se aperceberam disso, e os opositores, como podem, vão ateando fogo por onde passam, já que lhes interessa falar de terra arrasada, de desgraça, enquanto muitos que apoiam o governo já estão cuidando de apagar incêndios adotando posturas mais propositivas e benéficas para todos. 

A hora é difícil, mas para o município seguir em frente o ideal é perseguir a verdade, sem medo de causar constrangimentos ou desagradar a quem quer que seja, porque está em jogo a virtude que é mais importante para quem exerce e vive a política: a credibilidade.


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