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Wybson Carvalho

Recanto do Poeta

Poemas duvidosos


Féretro

Deitarei  na madeira fôrma.

pagada estará a luz dos meus dias e noites

- sol, lua e estrelas fogem da vida terminada -

o amarelado fogo das velas envoltas

iguala-se ao meu pálido corpo inerte

e estendido qual iguaria posta à mesa do velório.

já estará faminta a profunda cova 

aberta com a língua úmida da morte

e os dentes afiados no cio da solidão.

Naturezas:

A animal,

o instinto criou o coração em mim 

dividido em faces iguais - 

A divina, à fé acasalou o espírito 

noutro eu aglutinado 

pelas emoções diferenciadas.

Qual porção é a verdade minha?

O cérebro – juiz da razão –

emudecido à resposta lógica

sobre eu nenhum compreendido.

Eu

Preso às circunstâncias grupais

escravizo-me em inúteis fugas

alheias à unicidade.

sem encontrar abrigo individual

multiplico as buscas pelo zero

à esquerda de mim.

Caminhos

Muitas pedras num rumo certo.

seguir, em passos firmes.

final feliz, conseguir acerto.

chegar jamais, erros demais, não ir além.

Sentença

Incriminar o errado

julgando-o seu

sob o domínio.

Possesso é, pois, o réu

em submissão contínua  

a calar-se ante a verdade

dita nos momentos errôneos.

Possessiva é, pois, a juíza

sem dar de si

um mínimo perdão

incriminado à condenação.

Construção em nicho

De qual nutrição se serviu a raiz,

para edificar o ser em barro?

... se, em lágrimas de sofrimento,

não basta a heterogênea mistura

de areia e cimento que arquitetam o esqueleto

na forma da armação

coberta de carne, nela, afixada

pelo molho do sangue.

é, pois, o nada, que restar do concreto 

e tudo à eternidade. 


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